Morreu nesta madrugada o jornalista Roberto Paulino, presidente da Mangueira entre 1960 e 1963, período em que a escola de samba foi duas vezes campeã do carnaval carioca. A gestão de Paulino foi marcada pela criação das alas das baianas e das crianças e pelo início da profissionalização dos desfiles. Em 2009, ele foi eleito presidente de honra da escola, em substituição ao intérprete Jamelão, que morreu em 2008.
Roberto Fernando Paulino Ludolf Soares de Souza se aproximou da comunidade mangueirense no início dos anos 50, quando foi trabalhar na fábrica de sua família, a Companhia Brasileira de Cerâmica, vizinha do morro. Passou a desfilar na escola e foi eleito presidente com apenas 24 anos. No livro "Do Country Club à Mangueira", lançado em 2003, conta a experiência de jovem da alta sociedade carioca apaixonado e integrado a uma das mais populares escolas de samba do Rio. O atual presidente da Mangueira, Ivo Meirelles, lamentou a morte de Paulino no site oficial da escola. "Um homem honrado, inteligente e lutador, que muito fez por nossa bandeira", descreveu.
Roberto Paulino trabalhou nos jornais O Globo, Jornal do Brasil e O Estado de S. Paulo. Tinha três filhos, nove netos e dois bisnetos. O filho mais velho, Fernando Paulino Neto, é chefe de reportagem da sucursal do Rio do jornal O Estado de S. Paulo. Paulino morreu aos 76 anos, de choque séptico, no Hospital Copa D'Or, em Copacabana, na zona sul da capital fluminense. O corpo foi velado do Cemitério São João Batista e será cremado na tarde de amanhã no Memorial do Carmo, no Caju (zona portuária).