Jornal Estado de Minas

Pelo menos quatro das vítimas serão sepultadas nesta sexta-feira

Diário de Pernambuco
Acontecem nesta sexta-feira os sepultamentos de pelo quatro das 16 vítimas do acidente com o avião da Noar Linhas Aéreas. Pela manhã serão sepultados, no Cemitério Morada da Paz, em Paulista, os corpos do copiloto Roberto de Souza Gonçalves, de 60 anos e do engenheiro civil Marcelo Campelo, 66. No final da manhã será enterrada, Cemitério de Santo Amaro, a engenheira civil Maria da Conceição de Oliveira, de 46 anos. À tarde será sepultado o Ivanildo Martins dos Santos Filho, também no Morada da Paz.

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Já o piloto Rivaldo Paurílio Cardoso, 68 anos, será cremado às 13h no Memorial Guararapes, em Jaboatão dos Guararapes. Antônia Jalles terá o corpo embalsamado e levado para o Rio Grande do Norte, onde será sepultado. A Noar Linhas Aéreas está custeando todos os gastos com velório e sepultamento das vítimas.

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Até o momento, sete corpos foram identificados e liberados pelo Instituto de Medicina Legal (IML). O copiloto Roberto Gonçalves foi identificado ainda na noite seguinte ao desastre graças ao exame de papiloscopia. Segundo o irmão dele, Luiz Gonçalves, a carteira de identidade de Roberto foi encontrada em um dos bolsos da vítima, o que acelerou o processo. A rapidez da identificação não se repetiu na liberação do corpo, o que angustiou ainda mais familiares e amigos, que se dividiram. Uns esperaram no Instituto de Medicina Legal (IML), enquanto outros ficaram no Cemitério Morada da Paz. A ansiedade foi amenizada quando o corpo chegou ao cemitério. Em cima do caixão, a foto de Roberto dentro da cabine de um avião da TAM traduzia o orgulho da família expressado em aplausos que quebraram o silêncio do luto.
A primeira esposa de Roberto, Gorete, chegou a passar mal algumas vezes e teve que ser amparada pela filha, Adriana Gonçalves, 36. Chorando muito, Gorete se abraçou ao caixão, lamentando a morte do ex-companheiro, com quem teve três filhos.


Um dos irmãos do copiloto, Luiz Gonçalves, parecia não acreditar ainda no que estava acontecendo. Responsável por resolver os trâmites do sepultamento, sempre se mostrando calmo, desabou diante do corpo do irmão. “É uma dor muito grande perder uma pessoa tão boa”, resumiu emocionado. Já o filho da vítima, Adriano Gonçalves, 36, tentava entender o que poderia ter provocado o desastre. Ele confirmou que a areonave havia passado por revisão no sábado e tinha sido testada por Roberto Gonçalves no domingo. “Ele voou por mais de uma hora e não teve nenhum problema”.

Dom Saburido

Ontem à noite, o arcebispo de Olinda e do Recife, dom Fernando Saburido, se solidarizou com as famílias. Ele falou sobre a tragédia enquanto participava da programação da Festa de Nossa Senhora do Carmo na Basílica de Santo Antônio. “É preciso se confortar na fé em Deus e acreditar na ressurreição. É de cortar o coração essa tragédia, mas temos que entender que somos perecíveis”. Ele também ressaltou o heroísmo dos pilotos. “Poderia ter sido ainda pior se o avião se chocasse contra algum prédio. Eles fizeram tudo para preservar vidas”