Os migrantes no Brasil têm preferido as cidades consideradas médias no interior do país às grandes metrópoles. A constatação é da pesquisa Deslocamentos Populacionais, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), elaborada com base no Censo 2010.
Divulgado nesta sexta-feira, o estudo mostra que, das cidades com altas taxas de crescimento populacional influenciadas também pelo fluxo migratório (o equivalente a 8% do total de municípios brasileiros), nenhuma tem mais de 500 mil habitantes.
De acordo com o levantamento, o crescimento dessas cidades tem sido observado nos últimos 30 anos, mas ficou mais evidente no último censo demográfico, embora tenha sido constatado também que as grandes cidades ainda concentram 30% da população brasileira – taxa considerada expressiva.
Por outro lado, as cidades com população de até 10 mil (27% dos municípios do país) perderam habitantes. Segundo o IBGE, essas localidades têm o Produto Interno Bruto (soma das riquezas e bens produzidos) muito baixo, o que estimularia a migração por melhores condições de vida.
Em termos de crescimento populacional influenciado pela migração, o estudo do IBGE também destaca a incorporação de municípios e aglomerações em torno de importantes rodovias como a BR-101, ao longo do litoral brasileiro, e da BR-116, entre o Ceará e o Rio Grande do Sul.
No interior do país, o mesmo efeito vem sendo verificado no em torno da BR-158, entre Barra dos Garças (MT) e o Pará, e na BR-163, entre Cuiabá e Santarém (PA).