Em 2000, foram constatadas 340 mortes por hepatite C, contra 1.932, em 2010, um acréscimo superior a 460%. Dos mais de 14 mil óbitos causados por esse tipo da doença nos últimos dez anos, quase 60% ocorreram na Região Sudeste, o equivalente a 8.672. Os homens são a maioria das vítimas.
A hepatite B aparece em segundo lugar, responsável por 4.978 mortes no período analisado.
O levantamento do ministério constatou o registro de 307.446 casos de hepatites virais no Brasil, de 1999 a 2010. Os tipos B e C, juntos, respondem por 56,5%, 174.406 notificações. As regiões Sul e Sudeste concentram o maior número de casos da doença.
A transmissão ocorre pelo contato com sangue ou secreções contaminadas pelo vírus, por exemplo, durante a relação sexual sem o uso de preservativos e objetos cortantes, como alicate de unha e equipamentos usados em tatuagem e piercing.
A hepatite A respondeu por 130. 354 casos (42%). É transmitida pelo contato com água e alimentos contaminados. Por ter uma forma de contágio diferente das outras, concentra-se nas regiões Nordeste e Norte, onde há escassez de redes de esgoto e água encanada. As crianças menores de 13 anos são as mais atingidas. Elas compreendem 68,7% dos casos identificados de 1999 até 2010. As hepatites D e E têm menor incidência no país, com1.812 e 874 casos, respectivamente.
De acordo com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, apesar dos altos números, a prevalência da doença é considerada de baixa a intermediária no Brasil em comparação com outros países.
Para conter o avanço da doença, o governo federal mudou as regras para o tratamento da doença na rede pública, o que permite o prolongamento da terapia. A partir de agosto, serão disponibilizados testes rápidos, com capacidade de diagnosticar a hepatite em 30 minutos. Atualmente, o resultado demora cerca de 15 dias.
Em 2011, a vacina contra a hepatite B foi ampliada para jovens com até 24 anos. No ano que vem, a faixa etária passará para até 29 anos.
O ministro alertou que a população deve começar a prevenir a doença dentro de casa, evitar o uso comum de objetos, como lâmina de barbear ou alicate de unha.
“Estudos detalhados da presença da hepatite C em pequenas comunidade mostram alta concentração em membros de uma mesma família, com faixas etárias diferentes. Isso sinaliza a possibilidade de que a transmissão ocorreu dentro de casa com o uso de utensílios e materiais. O pai que ensina o filho a fazer a barba com a mesma lâmina de barbear ou a mãe e filha usam o mesmo alicate”, disse o ministro.