Parentes da juíza Patrícia Acioli reagiram com revolta à execução da magistrada e classificaram de negligente a suspensão de sua escolta particular. Ao mesmo tempo, autoridades que participaram do sepultamento, no cemitério de Maruí, em Niterói, circulavam protegidas por seguranças. "Se isso aconteceu, é porque, em algum momento, o Estado falhou", disse um parente no enterro da juíza, e que pediu para não ser identificado. "Ela morreu porque acreditava na Justiça, mas o sistema falhou. A bandidagem perdeu o medo do Estado."
O enterro foi acompanhado por cerca de 300 pessoas, incluindo juízes, promotores e advogados, que aplaudiram Patrícia durante o cortejo e o sepultamento de seu corpo.
O governador Sérgio Cabral e o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, não compareceram ao sepultamento. Mais cedo, Cabral declarou que o crime "é um desafio à ordem pública e ao estado democrático de direito". Beltrame classificou o crime como bárbaro e afirmou que "o momento é de investigar, apresentar resultados e falar pouco".
O Ministério Público também estuda a possibilidade de aumentar o número de promotores em atuação em São Gonçalo e promete reforçar a segurança dos profissionais.No condomínio em que Patrícia morava com os três filhos, no bairro de Piratininga, em Niterói, vizinhos contam que os tiros foram ouvidos em toda a rua. O local é considerado tranquilo, mas, como as casas ficam em uma área de pouco movimento, dezenas de câmeras de segurança estão espalhadas pelas ruas. No Fórum de São Gonçalo, o gabinete da juíza foi lacrado pelo Departamento de Segurança Institucional do Tribunal de Justiça. As bandeiras passaram o dia a meio mastro e o cartório da 4ª Vara Criminal não prestou atendimento hoje, "por motivo de luto".