Quatro passageiros e o condutor morreram na tarde deste sábado quando o tradicional bondinho que corta o bairro de Santa Tereza (zona sul do Rio) saiu dos trilhos e capotou. Pelo menos 27 feridos foram hospitalizados, quatro em estado grave. O bonde ficou totalmente destruído. Os corpos das vítimas pararam a 10 metros de distância dos destroços.
O bondinho não passava por reformas há muito tempo, admitiu no local o secretário estadual de Transportes, Júlio Lopes. Ele ficou junto aos destroços por menos de dez minutos, pois as pessoas da área, aos gritos, o chamavam de "assassino". Antes de sair, definiu o episódio como "uma fatalidade" e que a apuração se dará "com toda transparência e isenção".
"As informações preliminares são de que o bonde era muito antigo e que não havia passado pelo processo de reforma da frota. O bonde estava muito cheio", afirmou Lopes.
Após deixar os trilhos, o bonde derrubou um poste de energia, atingiu um muro e capotou. Na sequência de choques, o teto foi arrancado. O bondinho ficou aos pedaços. Muitos feridos ficaram presos às ferragens. Outros, atirados longe, foram socorridos inicialmente por pessoas que estavam no local.
Três ambulâncias do Corpo de Bombeiros prestaram os socorros iniciais. O motorneiro Nelson Correia da Silva, 57, morreu a caminho do Hospital Municipal Souza Aguiar. Três mulheres e um homem, passageiros da condução, morreram na hora. Eles não tinham sido identificados até as 20h.
Os 27 feridos foram levados para o Souza Aguiar e para os hospitais Miguel Couto e do Andaraí. Às 19h30, havia pelo menos quatro casos considerados graves pelos médicos do Hospital Souza Aguiar - duas vítimas com traumatismo craniano e duas com traumatismo toráxico.
À noite, o governo estadual informou que o transporte por bondes em Santa Tereza está suspenso até que sejam conhecidas as causas do acidente desta tarde.