Uma falha no sistema de freios pode ter sido a causa do acidente com o bonde de Santa Teresa, no fim da tarde de sábado, que provocou a morte de cinco pessoas e mais de 50 feridos. A avaliação é do coordenador da Comissão de Análise e Prevenção de Acidentes do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura do Rio de Janeiro (Crea-RJ), Luiz Antonio Cosenza.
Segundo Cosenza, possivelmente o freio não acionou por um problema no compressor de ar, que é o equipamento que garante a pressão necessária nas rodas para que a frenagem ocorra. “A falta de manutenção nos bondes é observada e denunciada há anos, décadas. Um bonde pode ser antigo, estar em funcionamento há muito tempo, mas se a manutenção estiver em dia, ele pode continuar sendo seguro”, disse.
Cosenza informou que os engenheiros responsáveis pela manutenção das composições serão convocados pelo Crea para prestar esclarecimentos à Comissão de Análise e Prevenção de Acidentes sobre a realização dos serviços de manutenção. O presidente da Central Logística, Sebastião Rodrigues, empresa responsável pelos bondes, disse que o sistema de transporte tem manutenção adequada. Ele esteve neste domingo no local do acidente e, embora tenha constatado que em partes da composição havia arame no lugar de parafusos e que a sapata do freio estava gasta, ele afirmou que vai aguardar o laudo da perícia para identificar as causas do acidente. O documento deve ficar pronto em 30 dias.
“Conservação não foi, porque a manutenção preventiva é feita toda semana. Quando há um problema, a gente manda para a oficina e troca as peças”, disse. Após a realização da perícia do local, que durou toda a manhã, o bonde foi removido no início da tarde deste domingo e levado para a garagem. Moradores acompanharam o transporte da composição protestando pelas ruas do bairro.
A Secretaria Municipal de Saúde informou que dez vítimas do acidente com o bonde em Santa Teresa permanecem internados em hospitais municipais do Rio de Janeiro.