Os pretendentes foram notificados hoje da sentença, mas, mesmo assim, decidiram manter a festa que formalizará socialmente a união. Em vez de apresentar aos convidados a certidão, o advogado de ambos colherá assinatura dos presentes para uma campanha de consolidação do casamento homoafetivo. Eles vão também recorrer da decisão de primeira instância por entender que, mesmo não havendo previsão legal para o ato, a conversão da união estável em casamento já é um direito adquirido dos homossexuais, reconhecido pela mais alta corte de Justiça do País.
Charles disse à reportagem que tem vida em comum com Cauê há três anos e meio e fará todo o possível para ter legalizada essa união. "Além da questão burocrática - bens, herança, previdência e outros -, nós fazemos questão de ter a nossa situação legalizada por uma questão de dignidade e aceitação social. Ainda há, na sociedade, muita gente que acha imoral parceiros que, sem estarem casados, mantenham relações sexuais", afirmou, lembrando ainda que ambos têm planos para adotar filhos. A Associação Bauruense pela Diversidade, que congrega os homossexuais da cidade e região, informou que acompanhará os desdobramentos e dará o apoio necessário ao casal.