Feito o registro policial, o equipamento foi recolhido e o acusado de uso irregular foi colocado em isolamento, onde ficará por dez dias. Nesse período, uma investigação deve indicar como o aparelho chegou à cela, como era usado e se houve participação ou negligência dos funcionários. A perícia também vai apurar o conteúdo das mensagens postadas e recebidas por Moreira.
Segundo Frighetto, uma análise inicial mostra que o presidiário usava as redes sociais para se comunicar com familiares e amigos e exibir fotos. "Num primeiro levantamento não se observou relações com delitos", afirma, em uma referência às postagens, que exibem imagens de visitas de familiares e do pátio do presídio, e às mensagens, que tratam da busca de amizades. Quando a investigação estiver concluída, será remetida à Justiça para avaliação. Frighetto explica que o juiz decidirá pela aplicação de sanções disciplinares ao usuário ou não.
Embora seja o primeiro caso de acesso a redes sociais de dentro de uma penitenciária de Passo Fundo, a apreensão de celulares é bastante comum, tanto na região quanto em todo o Rio Grande do Sul. Frighetto conta que já houve casos de varreduras feitas pela manhã, à tarde e à noite, encontrarem e apreenderem aparelhos em poder dos apenados. Uma tática empregada pelos usuários é aproveitar a facilidade do tamanho para esconder o chip e esperar até a chegada de novos aparelhos que, muitas vezes, são lançados de fora para dentro do presídio por cima dos muros.