Os Correios pedem que, no julgamento do mérito, a greve seja considerada abusiva. A empresa requer também que, durante o movimento, os grevistas garantam o acesso de usuários e empregado às unidades dos Correios, assim como a entrada e saída de veículos, e que seja impedida a realização de piquetes e atos que resultem em depredação do patrimônio público.
Em nota, os Correios informam que a busca de conciliação por meio do TST foi feita depois de esgotadas todas as tentativas diretas de acordo com a representação dos trabalhadores. “Os Correios continuam abertos ao diálogo e conclamam novamente os trabalhadores parados a reavaliar sua posição e fechar o acordo coletivo de trabalho, em benefício da população brasileira e de todos os 110 mil empregados da empresa”, diz o comunicado.
A principal divergência entre a empresa e os funcionários é sobre o desconto dos dias parados. Ontem, a direção dos Correios apresentou uma proposta de descontar os dias não trabalhados na proporção de um dia de greve por mês. Mas os trabalhadores não aceitam o desconto e se propõem a compensar os dias de greve com horas extras e mutirões para colocar o serviço em dia.
A empresa também manteve a proposta de aumento linear de R$ 80 a todos empregados, reajuste salarial e dos benefícios em 6,87% e abono imediato de R$ 500. A reivindicação dos trabalhadores é por um aumento linear de R$ 200, além de reposição da inflação de 7,16% e aumento do piso salarial de R$ 807 para R$ 1.635. A categoria também exige a contratação imediata de todos os aprovados no último concurso público dos Correios.
Para Saul da Cruz, do comando de negociações da Fentect, a empresa só tomou a iniciativa de recorrer ao TST depois de muita pressão dos trabalhadores. “Eles só chamaram a gente depois de 13 dias para fazer um acordo devido à pressão que os trabalhadores fizeram na porta da empresa”. Segundo ele, a entidade ainda não recebeu a notificação do TST para marcar a conciliação.