Poucos minutos depois, o piloto automático foi desativado. Na ausência do comandante, que foi descansar, o copiloto que assumiu "teve uma ação sobre o manche. Esta ação foi mantida de forma imprecisa e confusa". A aceleração vertical do avião continuou "aumentando de forma sensível", de acordo com os peritos.
Logo em seguida, o copiloto "manifestou seu espanto e incompreensão a respeito das informações que recebia", explica o relatório. "Não tenho mais controle sobre o avião", teria afirmado o piloto quando o comandante voltou para a cabine. "Estamos perdendo o controle", repetiu outro piloto mais tarde. Os especialistas levantaram dúvidas sobre as "indicações visíveis nas telas". "Não tenho mais indicações", disse um dos copilotos. "Estamos indo em uma velocidade louca", completou outro.
De acordo com os peritos, "a confusão começou a reinar entre os membros da tripulação". Diversas situações que comprovam isso constam no relatório. Os pilotos "sequer mencionaram o início da perda de altitude do avião" que, segundo os peritos, "não foi percebido pela tripulação". Os especialistas explicam que, "apesar de alarmes sonoros e visuais", os pilotos pareciam "não ter identificado o problema e não ter tomado qualquer medida para resolvê-lo".
O congelamento em sensores de velocidade foi a única falha técnica observada desde o início do inquérito, mas os especialistas afirmaram desde o início que esta não poderia ser a única causa do acidente. As famílias das vítimas da queda do voo Air France Rio-Paris devem ser recebidas na quarta-feira pela juíza de instrução Sylvia Zimmermann para receberem novas informações sobre a investigação.