Nessa segunda-feira, os estudantes que estavam acampados na USP decidiram, em assembleia, manter a ocupação do prédio da reitoria – que começou no dia 1º. A decisão foi tomada minutos antes do prazo dado pela Justiça para a desocupação do prédio sem o uso de força policial.
De acordo com a determinação judicial, os estudantes que pedem a saída da PM do campus deveriam ter deixado o prédio até as 23h dessa segunda-feira. Por isso, com o descumprimento da decisão, a reintegração de posse ocorre com a ajuda da polícia.
Os universitários querem garantias da USP de que não haverá processo administrativo contra os estudantes que ocuparam o prédio da reitoria. Mas houve sinalizações da direção da universidade de que haverá processos contra os responsáveis por depredação do patrimônio da instituição.
Paralelamente, a administração da USP se comprometeu a incluir os alunos nos debates para o aperfeiçoamento do convênio com a Polícia Militar e rever os processos administrativos envolvendo os estudantes e funcionários. A polícia passou a fazer a segurança da universidade após a morte de um aluno em uma tentativa de assalto dentro do campus.
Agressão
No final da noite dessa segunda-feira, alguns dos estudantes agrediram os profissionais da imprensa que acompanham a invasão do prédio, ocorrida na madrugada do último dia 2.
Uma pedra foi arremessada contra a câmera do cinegrafista Marcos Vinícius, do SBT, e atingiu de raspão a cabeça de Fábio Fernandes, cinegrafista da TV Record. Ainda no empurra-empurra, o cinegrafista Alexandre Borba, também da TV Record, teve a alça da câmera puxada, causando a queda do equipamento.
O fotógrafo Cristiano Novaes, da agência CPN, foi agredido a chutes e teve a máquina tomada pelos invasores, que resolveram devolvê-la posteriormente ao repórter fotográfico. A confusão teve início durante uma discussão entre os jornalistas e os invasores do prédio. Um dos alunos abordou a repórter Maria Paula, do SBT, e deu várias tapas contra o microfone da jornalista.