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Estado de Minas

Reintegração de posse da reitoria da USP gera conflitos entre policiais e estudantes

Universitários querem a saída da Polícia Militar do campus; assessoria da PM informou que os policiais ficarão na reitoria até a saída de todos os estudantes


postado em 08/11/2011 07:25 / atualizado em 08/11/2011 07:37

O processo de reintegração de posse da reitoria da Universidade de São Paulo (USP) gerou nesta terça-feira conflitos entre a Polícia Militar (PM) e estudantes da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciência Humanas (FFLCH), que ocupam o prédio há uma semana. Por volta das 5h20 desta manhã, cerca de 400 policiais do Batalhão de Choque tentaram retirar mais de 150 estudantes que estavam no local. Um grupo resistiu e agrediu verbalmente os policiais, que reagiram tentando contê-los.

A ocupação dos estudantes é motivada por uma campanha para que policiais militares não permaneçam no campus da universidade. A assessoria da PM informou que os policiais ficarão na reitoria até a saída de todos os estudantes. Os conflitos se intensificaram por volta das 6h da manhã. Alguns estudantes, segundo a assessoria, foram detidos momentaneamente.

Nessa segunda-feira, os estudantes que estavam acampados na USP decidiram, em assembleia, manter a ocupação do prédio da reitoria – que começou no dia 1º. A decisão foi tomada minutos antes do prazo dado pela Justiça para a desocupação do prédio sem o uso de força policial.

De acordo com a determinação judicial, os estudantes que pedem a saída da PM do campus deveriam ter deixado o prédio até as 23h dessa segunda-feira. Por isso, com o descumprimento da decisão, a reintegração de posse ocorre com a ajuda da polícia.

Os universitários querem garantias da USP de que não haverá processo administrativo contra os estudantes que ocuparam o prédio da reitoria. Mas houve sinalizações da direção da universidade de que haverá processos contra os responsáveis por depredação do patrimônio da instituição.

Paralelamente, a administração da USP se comprometeu a incluir os alunos nos debates para o aperfeiçoamento do convênio com a Polícia Militar e rever os processos administrativos envolvendo os estudantes e funcionários. A polícia passou a fazer a segurança da universidade após a morte de um aluno em uma tentativa de assalto dentro do campus.

Agressão

No final da noite dessa segunda-feira, alguns dos estudantes agrediram os profissionais da imprensa que acompanham a invasão do prédio, ocorrida na madrugada do último dia 2.

Uma pedra foi arremessada contra a câmera do cinegrafista Marcos Vinícius, do SBT, e atingiu de raspão a cabeça de Fábio Fernandes, cinegrafista da TV Record. Ainda no empurra-empurra, o cinegrafista Alexandre Borba, também da TV Record, teve a alça da câmera puxada, causando a queda do equipamento.

O fotógrafo Cristiano Novaes, da agência CPN, foi agredido a chutes e teve a máquina tomada pelos invasores, que resolveram devolvê-la posteriormente ao repórter fotográfico. A confusão teve início durante uma discussão entre os jornalistas e os invasores do prédio. Um dos alunos abordou a repórter Maria Paula, do SBT, e deu várias tapas contra o microfone da jornalista.


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