“Com isso, a gente descobre que, a partir da realidade municipal, o Brasil é um país realmente muito diversificado. Falar em média nacional é quase uma abstração”, destacou.
O levantamento também evidencia as desigualdades de rendimentos. Os valores médios recebidos pelos brancos chegam a R$ 1.574, próximo ao dobro do que ganham os grupos pretos (R$ 834), pardos (R$ 845) ou indígenas (R$ 735).
Os maiores diferenciais são encontrados nos municípios mais populosos, com mais de 500 mil habitantes. Entre as capitais, Salvador lidera a desigualdade de rendimento médio mensal entre brancos e pretos. Na capital baiana o primeiro grupo ganha 3,2 vezes mais do que o segundo. Em seguida, aparecem Recife (3 vezes) e Belo Horizonte (2,9 vezes).
Quando a comparação se dá entre brancos e pardos, São Paulo aparece no topo da lista das desigualdades (2,7 vezes). Em seguida vêm Salvador, o Rio de Janeiro e Porto Alegre, onde brancos têm rendimentos 2,3 vezes maiores do que os pardos.
Outro fator de desigualdade evidenciado pelo levantamento diz respeito às taxas de analfabetismo de acordo com o tamanho dos municípios. Para o conjunto da população, nas cidades com menos de 100 mil habitantes, a situação é mais grave e as taxas superam a média nacional de 9,6%. É também nos municípios menos populosos que a distância entre o patamar de brancos e pretos é maior. Naqueles com até 5 mil habitantes, enquanto a taxa de analfabetismo entre brancos é 9,8%, entre os pretos ela alcança 27,1% e entre os pardos, 20%.