O delegado da Polícia Federal Fábio Scliar, chefe da Delegacia de Meio Ambiente e Patrimônio Histórico, vai intimar nesta sexta-feira pelo menos seis diretores da Chevron para depor na semana que vem sobre o vazamento de óleo na Bacia de Campos. A multinacional é responsável pela exploração de petróleo em um poço no Campo de Frade, a 183 km da costa fluminense.
“Não há qualquer dúvida de que o crime ocorreu. O derramamento é oriundo da atividade de perfuração. O que me interessa agora é delimitar responsabilidades. É saber quem era o responsável. Alguns dos envolvidos estão embarcados, por isso precisamos esperar que eles sejam rendidos para que possam sair de lá.”
O delegado, que instaurou o inquérito há dois dias, também vai investigar se os equipamentos usados no Campo de Frade são obsoletos e se houve perfuração além do que estava previsto no contrato de exploração. “Na plataforma, alguém deixou escapar que haviam perfurado 500 metros a mais do que deviam e talvez seja essa a causa dessa rachadura no solo. O que gera estranheza é que eles estavam perfurando a 1,2 mil metros de profundidade e quando ocorreu o problema eles baixaram uma sonda para filmar o acontecido que não chega a 1,2 mil metros de profundidade”, explicou o delegado.
Em nota, a Agência Nacional de Petróleo (ANP) informou que imagens submarinas feitas na tarde de ontem (17) indicam sucesso no primeiro estágio de cimentação do poço da Chevron, que será abandonado. Segundo o texto, as imagens sugerem a existência de fluxo residual de vazamento, mas a mancha de óleo continua se afastando do litoral e se dispersando.
A Chevron, também em nota, informou ontem que a empresa está adotando todas as medidas para fechar o poço, monitorando a mancha de óleo e trabalhando junto com autoridades brasileiras.