O ritual de um povo indígena brasileiro, a caligrafia mongol, a dança indonésia dos mil braços, o canto vietnamita Xoan, a porcelana francesa de Limoges: no total, 84 maravilhas culturais são candidatas à inscrição no patrimônio imaterial da Unesco, que vai selecioná-las de 22 a 29 de novembro, em Bali.
Patrimônios imateriais são expressões e tradições de um grupo que, através de seus antepassados e relação com a natureza, preserva para as próximas gerações, lendas, músicas, costumes, danças, festas, celebrações, saberes, práticas, representações, conhecimentos e técnicas, criando um sentimento de identidade e respeito.
O Brasil, considerado um país rico por sua diversidade cultural e belezas naturais, defenderá no concurso um ritual voltado para a manutenção da ordem social e cósmica dos Enawene Nawe, um povo de língua Aruak, que habita o noroeste do Estado de Mato Grosso (região centro-oeste), nos municípios de Juina, Sapezal e Comodoro.
Os primeiros contatos amistosos com esse povo ocorreram em 1974, quando jesuítas, acompanhados de índios Rikbaktsa e Nambikwara, visitaram uma aldeia no rio Camararé. Uma rotina de visitas foi fixada mais tarde, para prevenir a transmissão de possíveis doenças infecto-contagiosas e para conhecer melhor os Enawene-Nawe.
Para fazer parte da prestigiosa lista da Unesco, os candidatos devem representar práticas e tradições reconhecidas, às vezes ameaçadas de degradação ou de desaparecimento. "A ideia não é elaborar um guia turístico, mas fazer com que essas expressões continuem, através das gerações", explica Cécile Duvelle, responsável pelo programa da Unesco.
Assim, a Armênia vai concorrer com "Vardavar", uma festa da água, dedicada à deusa pagã do amor e da beleza Astghik. Os indonésios vão mostrar a beleza da dança das mil mãos, originária da Ilha de Sumatra. Cantos, danças, gastronomia, artes do espetáculo, práticas sociais, rituais e acontecimentos festivos fazem parte do patrimônio cultural da humanidade, que conta atualmente cerca de 216 elementos já "reconhecidos", provenientes de 80 Estados.
Outras candidaturas, sem caráter de urgência particular, cobrem um espectro maior: o Fado de Portugal, a porcelana de Limoges, a arte da equitação, com a cavalgada dos reis no sudeste da República Checa, a Sada Shin Noh (dança sagrada do santuário Sada em Shimane no Japão).
No Brasil, uma lista de bens já classificados pelo IPHAN, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, inclui, por exemplo, como Patrimônio Imaterial, o Samba no Rio de Janeiro: do Partido Alto, aos Sambas de Terreiro e de Enredo; e ainda o Frevo, de Pernambuco; a Feira de Caruaru, o Jongo do Sudeste; o ofício das baianas do Acarajé, a Roda de Capoeira e o Ofício dos Mestres de Capoeira, além do Toque dos Sinos em Minas Gerais, entre outros.
Patrimônios imateriais são expressões e tradições de um grupo que, através de seus antepassados e relação com a natureza, preserva para as próximas gerações, lendas, músicas, costumes, danças, festas, celebrações, saberes, práticas, representações, conhecimentos e técnicas, criando um sentimento de identidade e respeito.
O Brasil, considerado um país rico por sua diversidade cultural e belezas naturais, defenderá no concurso um ritual voltado para a manutenção da ordem social e cósmica dos Enawene Nawe, um povo de língua Aruak, que habita o noroeste do Estado de Mato Grosso (região centro-oeste), nos municípios de Juina, Sapezal e Comodoro.
Os primeiros contatos amistosos com esse povo ocorreram em 1974, quando jesuítas, acompanhados de índios Rikbaktsa e Nambikwara, visitaram uma aldeia no rio Camararé. Uma rotina de visitas foi fixada mais tarde, para prevenir a transmissão de possíveis doenças infecto-contagiosas e para conhecer melhor os Enawene-Nawe.
Para fazer parte da prestigiosa lista da Unesco, os candidatos devem representar práticas e tradições reconhecidas, às vezes ameaçadas de degradação ou de desaparecimento. "A ideia não é elaborar um guia turístico, mas fazer com que essas expressões continuem, através das gerações", explica Cécile Duvelle, responsável pelo programa da Unesco.
Assim, a Armênia vai concorrer com "Vardavar", uma festa da água, dedicada à deusa pagã do amor e da beleza Astghik. Os indonésios vão mostrar a beleza da dança das mil mãos, originária da Ilha de Sumatra. Cantos, danças, gastronomia, artes do espetáculo, práticas sociais, rituais e acontecimentos festivos fazem parte do patrimônio cultural da humanidade, que conta atualmente cerca de 216 elementos já "reconhecidos", provenientes de 80 Estados.
Outras candidaturas, sem caráter de urgência particular, cobrem um espectro maior: o Fado de Portugal, a porcelana de Limoges, a arte da equitação, com a cavalgada dos reis no sudeste da República Checa, a Sada Shin Noh (dança sagrada do santuário Sada em Shimane no Japão).
No Brasil, uma lista de bens já classificados pelo IPHAN, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, inclui, por exemplo, como Patrimônio Imaterial, o Samba no Rio de Janeiro: do Partido Alto, aos Sambas de Terreiro e de Enredo; e ainda o Frevo, de Pernambuco; a Feira de Caruaru, o Jongo do Sudeste; o ofício das baianas do Acarajé, a Roda de Capoeira e o Ofício dos Mestres de Capoeira, além do Toque dos Sinos em Minas Gerais, entre outros.