O vazamento de petróleo na plataforma da Chevron no Campo de Frade é um 'alerta vermelho' para o Brasil, que pretende explorar as gigantescas jazidas marítimas nas águas profundas do "pré-sal", uma operação delicada e inédita, segundo os analistas.
"Que isso sirva de alerta vermelho. Um só poço teve problemas, mas o pré-sal terá mil deles. Temos que aprender a lição", disse o secretário do Meio Ambiente do Estado do Rio, Carlos Minc. "A lei permite que as empresas estrangeiras explorem petróleo, mas não somos uma República de bananas. Somos a sétima economia do mundo e queremos tecnologias cada vez mais preventivas. A Chevron não operou nas condições de confiança que lhe foram outorgadas", disse.
Segundo dados da Chevron, durante pouco mais de 10 dias foram derramados no Atlântico 2.400 barris de petróleo. Segundo a ONG SkyTruth foram cerca de 15.000 barris. As autoridades brasileiras querem que o acidente da petroleira americana Chevron sirva de exemplo a outras companhias. Até o momento, foram aplicados 28 milhões de dólares em multas e outras multas milionárias estão em processo.
O Brasil suspendeu na quarta-feira todas as atividades de perfuração da Chevron no país, e também rejeitou seu pedido de explorar a região do "pré-sal".
"O acidente da Chevron mostra que extrair petróleo do mar não é uma tarefa simples", disse Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura. Atualmente, 80% do petróleo mundial é extraído em terra, mas a exploração marítima tem crescido significativamente, disse.
"O Brasil já é o país onde a produção marítima é mais elevada (95% do total) e isso vai aumentar ainda mais com o pré-sal", disse Pires.
"Nem o Brasil nem o resto do mundo estão preparados para responder rapidamente a um acidente petroleiro no mar, e com o pré-sal as dificuldades serão ainda maiores devido à profundidade", de 5.000 a 6.000 metros abaixo do nível do mar.
O especialista recordou o acidente ocorrido no ano passado nas instalações de British Petroleum (BP) no golfo do México, que provocou a maior mancha negra já registrada nos Estados Unidos, com quase cinco milhões de barris de petróleo derramados no mar durante três meses.
Empresas como a gigante brasileira Petrobras - líder mundial em exploração e produção em águas muito profundas - desenvolveram métodos sofisticados para a extração do petróleo em alto mar, mas os métodos para enfrentar vazamentos e proteger o ambiente "deixam a desejar", disse Pires.
"Tapar um vazamento e coletar o petróleo derramado leva tempo. As empresas e os governos precisam trocar informações sobre a maneira de agir", disse Pires.
"Transformar petróleo em lucro não é fácil e custa caro", disse o analista, recordando que "as ações da Chevron recuaram 12% durante os últimos dias e as da BP perderam 20% em 2010".
Alessandra Magrini, professora de Planejamento Energético da Universidade Federal do Rio (UFRJ-Coppe), disse que a lei de 2000 sobre o petróleo aprovada pelo Brasil é "muito generalista" e que é preciso preparar melhor os organismos de controle", como a Agência Nacional de Petróleo (ANP), o Ministério do Meio Ambiente e a Marinha - para gerar respostas rápidas no caso de acidentes, com a perspectiva do pré-sal em foco.
A Petrobras dispõe de um sistema de alta tecnologia para enfrentar acidentes em alto-mar e um robô de operação submarina teleguiado (ROV), mas os organismos de controle precisam de informações em tempo real e precisam coordenar-se de maneira mais eficaz, disse Mangrini à AFP.
"O plano de emergência a nível nacional ficou na gaveta. Foram fixados critérios para as multas, mas não há nada para avaliar os danos causados", disse. "O Brasil ainda possui muito a evoluir em relação aos trabalhos no pré-sal", completou.
"Que isso sirva de alerta vermelho. Um só poço teve problemas, mas o pré-sal terá mil deles. Temos que aprender a lição", disse o secretário do Meio Ambiente do Estado do Rio, Carlos Minc. "A lei permite que as empresas estrangeiras explorem petróleo, mas não somos uma República de bananas. Somos a sétima economia do mundo e queremos tecnologias cada vez mais preventivas. A Chevron não operou nas condições de confiança que lhe foram outorgadas", disse.
Segundo dados da Chevron, durante pouco mais de 10 dias foram derramados no Atlântico 2.400 barris de petróleo. Segundo a ONG SkyTruth foram cerca de 15.000 barris. As autoridades brasileiras querem que o acidente da petroleira americana Chevron sirva de exemplo a outras companhias. Até o momento, foram aplicados 28 milhões de dólares em multas e outras multas milionárias estão em processo.
O Brasil suspendeu na quarta-feira todas as atividades de perfuração da Chevron no país, e também rejeitou seu pedido de explorar a região do "pré-sal".
"O acidente da Chevron mostra que extrair petróleo do mar não é uma tarefa simples", disse Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura. Atualmente, 80% do petróleo mundial é extraído em terra, mas a exploração marítima tem crescido significativamente, disse.
"O Brasil já é o país onde a produção marítima é mais elevada (95% do total) e isso vai aumentar ainda mais com o pré-sal", disse Pires.
"Nem o Brasil nem o resto do mundo estão preparados para responder rapidamente a um acidente petroleiro no mar, e com o pré-sal as dificuldades serão ainda maiores devido à profundidade", de 5.000 a 6.000 metros abaixo do nível do mar.
O especialista recordou o acidente ocorrido no ano passado nas instalações de British Petroleum (BP) no golfo do México, que provocou a maior mancha negra já registrada nos Estados Unidos, com quase cinco milhões de barris de petróleo derramados no mar durante três meses.
Empresas como a gigante brasileira Petrobras - líder mundial em exploração e produção em águas muito profundas - desenvolveram métodos sofisticados para a extração do petróleo em alto mar, mas os métodos para enfrentar vazamentos e proteger o ambiente "deixam a desejar", disse Pires.
"Tapar um vazamento e coletar o petróleo derramado leva tempo. As empresas e os governos precisam trocar informações sobre a maneira de agir", disse Pires.
"Transformar petróleo em lucro não é fácil e custa caro", disse o analista, recordando que "as ações da Chevron recuaram 12% durante os últimos dias e as da BP perderam 20% em 2010".
Alessandra Magrini, professora de Planejamento Energético da Universidade Federal do Rio (UFRJ-Coppe), disse que a lei de 2000 sobre o petróleo aprovada pelo Brasil é "muito generalista" e que é preciso preparar melhor os organismos de controle", como a Agência Nacional de Petróleo (ANP), o Ministério do Meio Ambiente e a Marinha - para gerar respostas rápidas no caso de acidentes, com a perspectiva do pré-sal em foco.
A Petrobras dispõe de um sistema de alta tecnologia para enfrentar acidentes em alto-mar e um robô de operação submarina teleguiado (ROV), mas os organismos de controle precisam de informações em tempo real e precisam coordenar-se de maneira mais eficaz, disse Mangrini à AFP.
"O plano de emergência a nível nacional ficou na gaveta. Foram fixados critérios para as multas, mas não há nada para avaliar os danos causados", disse. "O Brasil ainda possui muito a evoluir em relação aos trabalhos no pré-sal", completou.