Jornal Estado de Minas

Comissão da Câmara vê falha da Chevron e sugere plano de contingenciamento

O vazamento ocorreu no dia 8 de novembro. A petrolífera norte-americana Chevron é a responsável pela exploração de petróleo no Campo de Frade, que fica no litoral norte do Rio de Janeiro

AgĂȘncia Brasil

Deputados da Comissão Externa da Câmara dos Deputados, criada na semana passada para acompanhar as ações para acabar com o vazamento de óleo no Campo de Frade, na Bacia de Campos, passaram toda esta segunda-feira, levantando informações sobre o acidente ambiental. O grupo – formado pelos deputados Doutor Aluizio (PV-RJ), Delegado Protógenes (PCdoB-SP), Paulo Feijó (PP-RJ) e Alessandro Molon (PT-RJ) – reuniu-se com o secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, e com a Polícia Federal (PF).
O vazamento ocorreu no dia 8 de novembro. A petrolífera norte-americana Chevron é a responsável pela exploração de petróleo no Campo de Frade, que fica no litoral norte do Rio de Janeiro.

A comissão também vai averiguar os danos ambientais e à saúde decorrentes do acidente. “A grande falha está na operação da Chevron nesse processo e na falta de um plano nacional de contingenciamento. A indústria do petróleo tem que ter um novo pensamento, a partir de agora, em relação aos crimes ambientais, para que se possa operar o pré-sal com menos risco”, sustentou Aluízio, presidente da comissão e autor do requerimento de criação da comissão externa. Para ele, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) agiu com atraso na questão, embora tenha aplicado multas à petrolífera.

O deputado Delegado Protógenes reiterou a necessidade de haver uma entidade que centralize os esforços em caso de acidente ambiental. “Em todo incidente que envolve a indústria do petróleo, nos ressentimos de não ter uma figura central que administre todas as informações em tempo real. Há necessidade de o Congresso Nacional cumprir o seu papel e aprovar o Plano Nacional de Contingenciamento”, observou Protógenes, que é relator da matéria. Segundo ele, o relatório final, com as conclusões dos parlamentares integrantes da comissão, será apresentado no início de 2012 à presidência da Câmara.

Para o deputado Molon, é preciso aperfeiçoar a legislação brasileira sobre o assunto. “Nossa função é fiscalizar se o Poder Executivo está cumprindo bem suas funções. A existência da comissão acelera a ação dos diversos órgãos envolvidos e contribui para que o Parlamento aperfeiçoe a legislação ambiental para que, em outro caso semelhante, o país esteja mais bem preparado para reagir mais rápido e evitar danos ao meio ambiente”, disse Molon.