Mas a questão é polêmica. Segundo o defensor público Luiz Rascovski, os mais vulneráveis socialmente já são priorizados pela Defensoria, mas só em casos urgentes. "E mesmo assim não conseguimos atendimento para todos." Dar preferência às crianças com risco social, na análise dele, pode até ser considerado ilegal por ferir o princípio da igualdade.
A demora em conseguir matricular os filhos já leva muitos pais a procurar ajuda nos Conselhos Tutelares e na Defensoria Pública, que registra cerca de 20 pedidos por dia. A mudança de conceito, porém, pode significar a criação de uma cota para os mais carentes socialmente. E os próprios critérios ainda não estão claros, já que vários fatores socioeconômicos são usados para definir o índice de vulnerabilidade social. A Fundação Seade considera, na hora de fazer o cálculo, além da renda, a composição familiar, a violência no local de moradia e o acesso a serviços médicos e educacionais.