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Estado de Minas

Comissão da Câmara vai a Mato Grosso do Sul apurar violência contra índios


postado em 02/12/2011 08:36

Deputados federais que integram a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara viajam nesta sexta-feira para Mato Grosso do Sul. Eles vão verificar as denúncias de violência contra os povos indígenas que vivem no estado.

Em Dourados, os deputados Domingos Dutra (PT-MA), Erika Kokay (PT-DF) e Padre Ton (PT-RO) se reunirão, de manhã, com lideranças indígenas, no campus da Universidade Federal da Grande Dourados, próximo ao aeroporto local. À tarde, o grupo segue para a Procuradoria da República de Dourados, onde vai se encontrar com autoridades de órgãos como o Ministério Público Federal e a Polícia Federal (PF).

Nesse sábado, os parlamentares visitarão os acampamentos indígenas Kurusu Amba, em Coronel Sapucaia, e Tekoha Guaiviry, em Amambai. A comitiva também aproveitará para checar o andamento da demarcação das terras Guarani Kaiowá pela Fundação Nacional do Índio.

No último dia 18, o Acampamento Guaiviry foi atacado por pistoleiros encapuzados que, de acordo com os índios Guarani Kaiowá que vivem no local, balearam o cacique Nísio Gomes e levaram seu corpo (que continua desaparecido) e três crianças. Nessa quinta-feira, a PF prendeu três suspeitos de participar do ataque. Seus nomes não foram divulgados. Devido ao episódio, a comissão classificou a ida dos parlamentares ao estado como "emergencial".

Apenas dez dias após o ataque a Guaiviry, índios do Acampamento Pyelito Kue, próximo ao município de Iguatemi, denunciaram que dois homens em uma moto invadiram o local atirando e prometeram voltar.

De acordo com a Funai, os Guarani Kaiowá são, atualmente, o mais numeroso povo indígena do país, com mais de 45 mil pessoas. A maioria delas vive em situação de miséria, ocupando 42 mil hectares (o equivalente a 420 milhões de metros quadrados ou 42 mil campos de futebol). Segundo o relatório sobre a violência contra os povos indígenas produzido pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi), 250 indígenas foram mortos em Mato Grosso do Sul nos últimos oito anos.

Quarta-feira (30), a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou nota em que repudia o ataque ao acampamento Guaiviry e defende a demarcação das terras indígenas como forma de pôr fim à violência contra os índios e à impunidade. "A CNBB, solidária aos Kaiowá e Guarani, reafirma seu compromisso com a defesa de seus direitos constitucionais, especialmente o direito de ter demarcadas e homologadas suas terras ancestrais como assegura a Carta Magna do país”, diz a nota.


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