Será realizado na tarde desta segunda-feira o primeiro enterro formal de uma das 228 vítimas do acidente com o Airbus da empresa Air France que caiu em 31 de maio de 2009 no Oceano Atlântico, quando seguia do Rio de Janeiro com destino a Paris. Os restos mortais do mecânico de engrenagens Nelson Marinho Filho serão enterrados em Paciência, na zona oeste da capital fluminense. As equipes de resgate conseguiram resgatar 104 corpos.
De acordo com o presidente da Associação das Famílias e Vítimas do Voo 447 da Air France, Nelson Faria Marinho, e pai do rapaz que será sepultado, o relatório final das causas do acidente deve ser divulgado pelo governo francês no primeiro trimestre de 2012. Ele acredita que o acidente foi causado por falha mecânica.
“Em um relatório preliminar, a companhia quis acusar o piloto, mas nós entramos com recurso, pois temos vários documentos das autoridades brasileiras que comprovam que o avião tem problema de fabricação. O Airbus A330 é superautomático e se houver qualquer problema o motorista fica na mão do avião.”
Segundo Marinho, houve seis acidentes envolvendo esse tipo de aeronave nos últimos três anos. Entre eles, o ocorrido um mês após a queda do voo 447, com um avião da Yemenia Air que decolou de Marselha rumo ao Iêmen, com 153 pessoas a bordo, e que explodiu. Outro acidente ocorreu com um Airbus da Afriqiyah Airways, que caiu em Trípoli, na Líbia, em maio de 2010, com 104 pessoas a bordo.
“Tirar de linha sei que é difícil, porque esses aviões custam milhões de dólares. Mas é preciso que façam uma revisão na construção dessas máquinas, criem uma alternativa para dar mais autonomia ao piloto, alguma coisa para consertar esse defeito de fabricação”, disse ele.
A associação representa parentes de 48 vítimas, todas brasileiras. Algumas famílias já fizeram acordos com a Air France e vários processos tramitam no Judiciário brasileiro.