Aos 60 anos de idade, ele vem de uma família que atua na profissão de palhaço desde 1840, atividade que é passada de pai para filho. Bassi começou aos sete anos no circo da família e atualmente atua principalmente em manifestações artísticas e shows de humor por toda a Europa. Mesmo com a crise econômica que atinge o continente europeu, ele não perde o humor.
“Ser palhaço é ser otimista. Todas as gerações sempre tiveram crises. Em nenhum momento existe paz total. Os palhaços precisam dos políticos para fazer piadas. O riso é fundamental para nossa saúde mental”, destacou Bassi.
O palhaço brasileiro Seu Flor, nome artístico de João Carlos Artigos, um dos coordenadores do encontro internacional Anjos do Picadeiro, explicou que o objetivo do encontro é a troca de informações e o debate sobre a profissão. “Hoje em dia no Brasil não existe uma escola que ensine a arte do palhaço. Ao longo dos 15 anos desde o primeiro Anjos do Picadeiro, temos discutido temas atuais e dado conta do papel do palhaço, que é ser arauto de seu tempo, em oposição aos poderes que massacram as relações humanas”.
Ele só perde parte do bom humor quando fala sobre a classe política. “Ao nos fazermos de bobo, evidenciamos o ridículo da sociedade. A partir desse diálogo, damos nossas alfinetadas. Uma das ferramentas do palhaço é o cinismo e as piadas de duplo sentido. Mas nós temos sofrido uma concorrência desleal, porque os políticos são mentirosos e cínicos ao extremo. O que eles fazem não tem graça nenhuma”, comparou o artista.
A diretora de comunicação social da Associação dos Moradores de Santa Teresa, Débora Lerrer, enfatizou que a comunidade não foi ouvida na escolha sobre o novo modelo de bonde para o bairro, que teve o sistema paralisado desde o dia 27 de agosto passado, quando um bonde descarrilou, causando a morte de cinco pessoas e deixando mais de 50 passageiros feridos.
“Nós não queremos que essa reforma do bonde passe por cima da vontade popular. O governo do estado fez um acordo com a Carris de Lisboa, sem levar em consideração um seminário técnico que organizamos, com o clube e o sindicato de engenharia. Podemos colocar o bonde para funcionar nos moldes tradicionais, com algumas modificações para aprimorar a segurança, de forma muito mais rápida e barata do que o governo apresentou”, assinalou Débora. Segundo ela, implantar os bondes com tecnologia da empresa portuguesa custará R$ 5 milhões, valor que pode ser cortado pela metade se os novos bondes forem feitos no Brasil.