Jornal Estado de Minas

Para evitar novas enchentes, rios da região serrana do Rio passarão por dragagem

AgĂȘncia Brasil
Uma grande operação de dragagem nos rios e córregos de municípios da região serrana fluminense, atingidos pelas fortes chuvas no início deste ano, deve começar em cerca de um mês. A previsão é do vice-governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão. Segundo ele, a verba de R$ 320 milhões, voltada principalmente para essas ações, foi liberada pelo governo federal no fim de novembro.
“Infelizmente as verbas nunca saem na velocidade que a gente quer, mas o importante é que os recursos chegaram. A dragagem dos rios é uma coisa que nos angustia, porque a gente sabe que é um dos serviços mais importantes para aquela área, necessário para evitar novas enchentes”, disse.

Segundo Pezão, o governo prepara o processo de licitação para contratar as empresas que ficarão responsáveis pelos serviços, que devem começar até o início de fevereiro. Ele acrescentou que parte desse dinheiro também vai ser usada para reforçar ações que já estão em andamento, como o trabalho de contenção das encostas.

“Já estamos trabalhando em mais de 30 encostas e em algumas delas o processo está bem adiantado, principalmente nos municípios de Nova Friburgo e Teresópolis. A chegada da época de chuvas prejudica as ações, mas naquelas em que a situação era considerada pior, já estamos com cerca de 70% das obras executadas”, acrescentou.

Para o coronel Roberto Robadey, que coordenava, na época da tragédia, a Defesa Civil de Nova Friburgo, um dos municípios mais atingido pelas enxurradas, a região evoluiu em prevenção, mas ainda está vulnerável às chuvas. Atualmente, Robadey é responsável pelo sistema de alerta de chuvas na cidade, implantado pelo governo estadual.

“A cidade ainda está debilitada porque a recuperação só será concluída em dois ou três anos, mas estamos numa situação muito melhor do que há um ano atrás. Infelizmente, para que isso ocorresse foi pago um preço alto, a vida de 900 pessoas que morreram com a tragédia”, avaliou.

Ele acrescentou que o governo do estado investiu mais de R$ 13,5 milhões para implantar o sistema de alerta de chuvas que ajuda a prevenir novas tragédias e que comprou 92 viaturas para equipar os sistemas de Defesa Civil municipais. O coronel Robadey também destacou que a população está mais atenta e sendo orientada a não seguir boatos, apenas os alertas oficiais da Defesa Civil.

Para o pedreiro Marcelo Pires, casado, pai de três filhos, que teve sua casa, na localidade de Campo Grande, em Nova Friburgo, interditada após as chuvas, ainda há muito a ser feito na região. “O meu bairro ficou destruído e não mudou muito desde a tragédia. Há lugares onde o tempo parece nem ter passado, de tanto que as coisas estão demorando a ser reconstruídas”, lamentou.

Além de Nova Friburgo, também foram bastante castigados os municípios de Teresópolis e de Petrópolis. A assessoria de imprensa da prefeitura de Teresópolis informou que para prevenir novas enchentes, tem trabalhado principalmente na limpeza de bueiros, galerias de águas pluviais e também das margens e leitos dos rios. Além disso, para garantir resposta rápida em casos de chuvas, foram promovidos cursos de capacitação em percepção de riscos geológicos para técnicos da Secretaria de Meio Ambiente e Defesa Civil de Teresópolis.

A prefeitura de Petrópolis informou, também por meio de sua assessoria de imprensa, que apenas os bairros Vale do Cuiabá, Boa Esperança, Madame Machado, Gentil, Benfica e parte da Estrada de Teresópolis, localizados no distrito de Itaipava, foram atingidos e que mais de 900 famílias foram contempladas com o pagamento do aluguel social, repassados pelo governo do estado. A assessoria acrescentou que o município deve receber 1.500 unidades habitacionais destinadas aos desabrigados, que serão construídas com recursos do Programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal.