O Brasil enfrenta nestes últimos dias extremos opostos do clima: chuvas intensas que já fizeram 13 mortos, cidades inundadas e milhares de pessoas evacuadas na região sudeste, enquanto uma longa seca arruína parte da produção de soja no sul do país. A temporada de chuvas, que começou no final de outubro, intensificou-se na última semana e deixou morte e destruição nos estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro.
Em Minas Gerais, 12 pessoas morreram e mais de 11.900 foram evacuadas por causa dos temporais, segundo um balanço divulgado pela Defesa Civil neste sábado. Até o momento, 103 municípios declararam estado de emergência. "O solo já está totalmente saturado, o risco de deslizamento é muito alto, independente do volume de chuva", alertou a Defesa Civil. O Rio de Janeiro também está em alerta máximo. As chuvas fizeram uma morte e mais de 26.000 desabrigados. Uma das áreas mais afetadas é Três Vendas, que ficou completamente submersa depois da ruptura de um dique. Seus quase 4.000 habitantes receberam ordem para evacuar.
As perdas por causa da seca já equivalem a mais de 1 bilhão de dólares. Cerca de 860.000 pessoas estão sendo afetadas, segundo a agência de notícias estatal. "O Rio Grande do Sul perderá 25% de sua produção de soja", calculou a empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural citada pela Agência Brasil. A estiagem pode se estender até maio, de acordo com meteorologistas, por isso, as autoridades avaliam seu impacto sobre a próxima colheita de grãos. O governo da presidente Dilma Rousseff, que por causa das condições do tempo deve interromper suas férias, começou a liberar milhões de reais para resolver a situação.Em meio à emergência, o ministro da Integração, Fernando Bezerra, é questionado pela imprensa por favorecer seu estado com maiores recursos para a prevenção de desastres.