Segundo o comando da polícia, a PM foi chamada para tentar convencer os estudantes a deixarem o local pacificamente. O comando desaprovou o comportamento do sargento e o afastou de suas funções.
Após conversar com alunos presentes no local, o policial pede que o estudante se identifique. O aluno diz que estuda na universidade, mas não apresenta sua identificação. O militar então puxa o estudante por cima de um balcão, e começa a dar safanões. Saca uma arma automática, aponta para o aluno e depois a guarda. O policial joga o estudante para fora do prédio e dá um tapa no aluno. Os demais estudantes presentes intervêm e acusam o policial de abuso de autoridade. Nicolas Menezes Barreto apresentou posteriormente sua identificação de aluno da USP.
“Eles não têm nenhum tipo de mandato, nenhum tipo de ordem judicial, absolutamente nada. O que a Guarda Universitária nos disse é que eles estavam fazendo isso a mando do reitor. Mais uma ação de truculência da Polícia Militar. Isso acontece nas periferias, nas favelas, e agora aconteceu dentro da universidade pública. Uma ação de repressão política amparada pela Guarda Universitária, e mostra a que veio a polícia na USP”, disse o estudante de letras Rafael Alvez, que presenciou a ação da PM.
De acordo com o diretor do Sintusp, Aníbal Cavali, a polícia e a guarda universitária têm reprimido estudantes desde o início da presença da PM no campus. “Fica claro que já é uma sequência de uma ação que vem se intensificando a cada dia aqui na universidade. A universidade usando a força policial para estar reprimindo os estudantes nos seus espaços estudantis, e isso é uma forma de limitar aos estudantes que façam suas contestações”.
A estudante de matemática da USP, Ana Paula de Oliveira, disse à reportagem que na última sexta-feira também foi agredida, no mesmo local, por guardas universitários. “Eles estavam querendo fechar , eu fui para fotografar eles tirando as coisas de lá de dentro, sem mandato, sem nada. A guarda estava sendo acompanhada pela polícia. Eu entrei lá dentro e comecei a tirar fotos da ação da guarda. Um guarda passou o pé em mim, e eu acabei caindo no chão. Aí eu levantei, no que eu levantei a porta estava aberta, quatro guardas abaixaram a porta e a porta acabou caindo nas minhas costas”.
Segundo Ana Paula, grávida de cinco meses, todos os guardas estavam sem identificação, fardados, e de luvas de látex. A estudante, acompanhada de um diretor do Sintusp, registrou Boletim de Ocorrência.
Por meio da assessoria de imprensa, a USP disse que não iria se manifestar sobre o ocorrido.