Brasília – O ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, disse ontem que o governo deve anunciar amanhã, em Porto Alegre, medidas de apoio aos agricultores atingidos pela seca na Região Sul. Ele afirmou que irá ao Rio Grande do Sul com o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro. De acordo com Bezerra, o Banco do Brasil estimou que os agricultores da Região Sul tomaram empréstimos que somam cerca de R$ 3 bilhões, mas que boa parte desses recursos, cerca de 80%, estão segurados. “Vamos oferecer medidas para os agricultores que não estão cobertos pelo seguro”, afirmou.
Devem ser anunciados também incentivos para a construção de cisternas, reservatórios e adutoras. O governo federal já havia liberado no início da semana R$ 18 milhões para o Rio Grande do Sul. A quantia será investida em obras nos municípios atingidos pela estiagem. Segundo dados divulgados segunda-feira pela Defesa Civil do Rio Grande do Sul, são 107 cidades em estado de emergência, com 34 notificações preliminares de desastre. Mais de 1 milhão de pessoas são afetadas pela seca. O secretário de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo do estado, Ivar Pavan, calcula em R$ 2 bilhões a perda causada pela estiagem nas lavouras de milho, soja e feijão.
A Secretaria de Estado da Inclusão, Assistência e do Desenvolvimento Social (Seides) já entregou, desde outubro de 2011, 2.846 cestas de alimentos nos dois municípios que decretaram situação de emergência por conta da seca e solicitaram auxílio do Governo de Sergipe. A cidade de Poço Redondo recebeu 1.448 cestas e Poço Verde, 1.398. Foram beneficiadas as famílias que estão inscritas no Cadastro Único em situação de extrema pobreza.
Convênios Já na Bahia, dos 123 municípios que decretaram situação de emergência durante o período da seca, 43 permanecem com o decreto em vigor. Nos outros municípios, o decreto venceu, mas, segundo o coordenador -executivo da Defesa Civil da Bahia, Salvador Brito, a maioria dessas cidades ainda necessita de apoio no abastecimento de água e ações preventivas.
A Defesa Civil da Bahia firmou convênios com as prefeituras das cidades que ainda estão em situação de emergência para transporte de água em carros- pipas e limpeza e ampliação de reservatórios de água. Segundo a Defesa Civi, a produção agrícola desses municípios, sobretudo a agricultura familiar, foi o setor mais atingido.
A seca e seus efeitos na agricultura, além disso, prejudicarão também o consumidor, que encontrará os preços dos alimentos elevados. O governo da Bahia está pleiteando no Ministério da Integração a liberação de R$ 30 milhões para amenizar os danos causados pela estiagem e para trabalhar em ações preventivas.