Brasília – Mais de um mês depois de estourar o escândalo em torno dos implantes mamários preenchidos com material irregular da marca francesa Poly Implant Prothese (PIP) e da holandesa Rofil, o Ministério da Saúde divulga o endereço dos 371 serviços de saúde habilitados em cirurgia reparadora pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que as pessoas com próteses PIP e Rofil podem procurar para avaliação médica. A expectativa é de que em três meses exista uma amostragem maior com relação a essas pacientes, permitindo uma nova análise das diretrizes divulgadas pelo ministério para instruir essas mulheres. Está disponível no site da Anvisa (www.anvisa.gov.br) um hotsite sobre as próteses para informar as pacientes e um formulário para que essas pessoas que usam próteses se manifestem e contem suas experiências. Esse banco de dados também será usado para a reavaliação.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) começa a colocar em prática medidas para endurecer o sistema de certificação das próteses em território nacional. Os implantes estão prestes a entrar para o rol de fiscalização extrema, exclusivo de preservativos e luvas cirúrgicas. A medida ainda está em estudo, mas já é alvo de críticas.
A decisão de apertar as normas, segundo o diretor-presidente da Anvisa, Dirceu Barbano, foi a mais rígida entre as medidas adotadas em relação aos implantes. De acordo com ele, se gerou uma falta de confiança generalizada. “Até as pessoas que não usam implantes estão inseguras com relação à qualidade desses produtos e a possibilidade de utilização. Essa é uma forma de amenizar o clima de insegurança gerado por esse crime que foi cometido pela empresa francesa”, explica.
Com isso, as próteses passam na frente de produtos como seringas e agulhas na questão do arroxo. “É uma medida que poderíamos até adotar para outros produtos, como já está proposto para equipes de administração dos medicamentos, e estamos adotando com um tipo de produto, que embora depois de implantado seja de risco, não é essencial. Se fossemos optar, faríamos primeiro com implante ortopédico ou cardíaco”, avalia.
A proposta da agência é de tornar obrigatória a certificação, lote por lote, das próteses a serem comercializadas. A ideia é fazer a certificação por meio de testes laboratoriais, que vão analisar as características químicas do silicone que preenche os implantes e a resistência do material. O resultado dos exames serão cruzados com as informações fornecidas pelos fabricantes e as especificações que já constam nas normas brasileiras, que definem a qualidade dos implantes. O projeto foi aberto para consulta pública e fica disponível até o dia 17.
Para a presidente da Comissão do Silicone da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, Wanda Correa, essa medida precisa ser mais bem definida, pois a avaliação por lote seria extremamente complicada, porque as próteses são produzidas uma a uma.
Aonde ir em Belo Horizonte
Hospital Evangélico
Rua Dr. Alípio Goulart, 25, Serra
Hospital Felício Rocho
Avenida do Contorno, 9530, Prado
Hospital Alberto Calvacanti
Rua Camilo de Brito, 636, Padre Eustáqio
Maternidade Odete Valadares
Avenida do Contorno, 9494, Prado
Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte
Avenida Francisco Sales, 1.111, Santa Efigênia
Hospital das Clínicas da UFMG
Avenida Alfredo Balena, 110, Santa Efigênia