A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) vota nesta terça-feira o reajuste salarial de policiais civis e militares, bombeiros e agentes da administração penitenciária fluminenses. Os deputados estaduais vão apreciar o projeto enviado pelo governador Sérgio Cabral, no dia 1º de fevereiro, que prevê aumento de 38,81% a ser pago até 2013. A proposta do governo representa uma antecipação dos aumentos que deveriam ser concedidos mês a mês para essas categorias.
Em nota divulgada nesta segunda-feira , o governador Sérgio Cabral informou que, somados todos os reajustes concedidos a policiais e bombeiros do estado, desde que assumiu a administração do Rio, em 2007, o aumento chega a 107%, incluindo a proposta que ainda será analisada pela Alerj.
“A partir do projeto de lei que enviamos à Assembleia Legislativa e que os deputados estaduais começam a votar nesta semana, o salário base será R$ 1.669. Com as gratificações que pagamos aos nossos profissionais que estão nas ruas, que é a grande maioria da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros, o salário base de um PM e de um bombeiro será R$ 2.019. Isso sem falar nos policiais das UPPs [Unidades de Polícia Pacificadora] que, com gratificação de R$ 500, recebem R$ 2.169”, informou o governador em nota. Pelas contas do governo, o orçamento destinado à PM do Rio passou de R$ 916 milhões em 2006 para R$ 2,3 bilhões este ano.
Mas a proposta salarial não agradou aos líderes da categoria. Para o presidente da Associação de Praças da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (Aspra-RJ), Vanderlei Ribeiro, as gratificações que foram concedidas pelo governo beneficiaram apenas alguns segmentos. “A maioria dos inativos e pensionistas ficou fora das gratificações concedidas a alguns setores como o Bope [Batalhão de Operações Especiais da PM] e Batalhão de Choque [da PM]. Queremos um aumento de salário que atenda a todo o conjunto da categoria".
Ele explicou que, hoje, a média salarial de PMs e bombeiros no estado do Rio está em torno de R$ 900 enquanto, na maioria dos estados, a média passa de R$ 2 mil. "O projeto [do governo] não atende à expectativa da categoria. O que ele [governador Sérgio Cabral] está fazendo é antecipar 10% das parcelas. Não queremos isso, queremos um piso de 3,5 mil. O que nos queremos é, pelo menos, nivelar [o salário] com os demais estados”.
Ribeiro anunciou que, nesta sexta-feira,9 de fevereiro, policiais e bombeiros vão se reunir em assembleia para decidir se as categoria voltam a entrar em greve. “Estamos dando prazo até o dia 9 porque acreditamos que o governo, até lá, vai se posicionar e chamar as lideranças para discutir. O que não pode é o governo tentar radicalizar e depois querer responsabilizar os trabalhadores da segurança publica. Não queremos confronto, não queremos a greve, nós queremos é que o governo chame as lideranças”, disse.