Jornal Estado de Minas

Policiais Militares decidem permanecer em greve na Bahia

Thaíne Belissa Agência Estado
Depois de desocuparem a Assembleia Legislativa em Salvador, na manhã desta quinta-feira, os policias militares se reuniram no ginásio do Sindicato dos Bancários e decidiram pela continuação da greve. Segundo lideranças sindicais, decisões semelhantes foram tomadas em assembleias de PMs realizadas em outras grandes cidades baianas, como Feira de Santana, Itabuna, Vitória da Conquista e Barreiras. No fim da tarde, a associação de oficiais da PM no Estado realizará assembleia para decidir se a categoria também adere à paralisação.
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Cerca de 400 pessoas participaram da assembleia em Salvador, em que foi impedida a entrada da imprensa. Ficou definido que os policiais permanecerão parados até que o governo aceite pagar a Gratificação de Atividade Policial de nível 4 em março e que sejam revogados os 12 mandados de prisão emitidos pela juíza Janete Fadul contra os líderes do movimento.

Cinco deles foram cumpridos até o momento, entre eles um contra o presidente da Associação de Policiais e Bombeiros e de seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra), Marco Prisco, preso na manhã de hoje. O governo baiano afirma não ter condições para iniciar o pagamento da GAP 4 em março, por causa da lei de responsabilidade fiscal, e acena com o começo dos depósitos para novembro.

Segundo o tenente coronel Márcio Cunha, a desocupação da Assembleia ocorreu de forma pacífica. Dessa forma, o Exército que fazia cerco aos policiais volta à função de proteção à população.



Prejuízo


Desde o início da greve, no dia 31 de janeiro, o número de homicídios cresceu rapidamente, deixando a população e os turistas assustados. Por causa da greve, as aulas estão suspensas nas escolas públicas e privadas e, em alguns bairros, lojas de eletrodomésticos, alvo preferido dos saqueadores, estão fechadas. Cerca de 120 pessoas foram assassinadas desde o início da paralisação.

O turismo no carnaval também está ameaçado, segundo o presidente do Conselho Baiano de Turismo, Sílvio Pessoa. De acordo com ele, durante o carnaval, a capital baiana costuma ter 100% de ocupação de hotéis, mas neste ano a expectativa é receber até 70%. "A greve dos policiais realmente prejudicou a economia, teremos grandes problemas de faturamento", diz.

(Com informações da Agência Brasil)