Pela primeira vez, Lindemberg Alves, acusado de matar a ex-namorada Eloá Cristina Pimentel, em outubro de 2008, fala sobre o caso em depoimento, nesta quarta-feira, no Fórum de Santo André, em São Paulo. Desde o assassinato, o réu nunca tinha se pronunciado sobre o crime. Além dele, prestou depoimento, nesta manhã, a última testemunha de defesa, o policial Paulo Squiavo. A expectativa é que a decisão seja divulgada ainda hoje. O segundo dia de julgamento, nessa terça-feira, foi marcado por confusões. Durante a manhã, a advogada de defesa Ana Lúcia Assad, dispensou o depoimento da mãe de Eloá, Ana Cristina Pimentel, e do irmão mais novo da vítima, mas o Ministério Público decidiu manter o irmão como testemunha.
Durante a tarde a advogada de Lindemberg discutiu com a juíza. O bate-boca aconteceu quando Ana Lúcia questionou a perita Dairse Aparecida Pereira Lopes sobre um dado técnico, que foi descartado pela juíza Milena Dias. Em seguida Ana Lúcia evocou o "princípio da verdade real", que a juíza afirmou desconhecer. "Então a senhora devia ler mais. Voltar a estudar", respondeu a advogada, que foi repreendida pela promotora do caso, Daniela Hashimoto.Em defesa da juíza, Daniela alertou que a advogada poderia responder por desacato, mas o julgamento prosseguiu normalmente. Nessa terça-feira também foram ouvidos pelo júri os jornalistas Rodrigo Hidalgo e Márcio Campos. Campos disse que Lindemberg pareceu calmo durante o tempo em que mantinha Eloá como refém, o jornalista disse que Eloá mostrava mais nervosismo do que o rapaz. Os jornalistas foram chamados pela defesa de Lindemberg, que tentou atribuir o desfecho do sequestro à forma com que a mídia realizou a cobertura do caso. A advogada teve algumas de suas perguntas negadas pela juíza, que considerou "achismo" os questionamentos referentes ao papel da mídia durante o sequestro.