Marinha, Exército e Aeronáutica terão como prioridade para as próximas duas décadas a proteção da Amazônia e o reforço no patrulhamento das áreas de fronteira, terrestre e marítima, disse nesta quarta-feira o chefe do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas, general José Carlos de Nardi.
Com ênfase no desenvolvimento da indústria nacional, a estratégia prevê, no âmbito da Marinha, um programa de desenvolvimento de submarinos, implantação da segunda esquadra, além da modernização e construção de navios, aviões, helicópteros, veículos aéreos não-tripulados.
Já para o Exército, e o general informou que será dada ênfase no patrulhamento das fronteiras e no chamado centro do poder político, localizado em Brasília. O plano estratégico prevê, entre outros pontos, a criação de novas brigadas e recuperação da capacidade operacional, com a aquisição de helicópteros, carros de combate, blindados, munição, armamento e viaturas.
Em relação à Força Aérea as prioridades para os próximos 20 anos consistem na recuperação da capacidade operacional, aquisição dos novos caças, desenvolvimento de aeronaves de transporte, e o desenvolvimento e lançamento do veículo lançador de satélites (VLS).
Além disso, segundo o general, estão previstos a modernização do Centro de Lançamento de Alcântara, a revitalização e modernização de aeronaves de patrulha e a manutenção do programa de modernização das aeronaves A-1, F-5, C-95, E-99 e R-99.
Sobre a compra dos caças, o ministro da Defesa, Celso Amorim, que esteve presente a abertura do seminário, disse esperar que a negociação seja concluída ainda no primeiro semestre do ano, mas ressaltou que a decisão cabe à presidenta Dilma Rousseff.
"Isso será uma decisão da presidenta. Temos os estudos mais ou menos feitos, estamos analisando também a evolução natural dos fatos e, no momento oportuno, a presidenta vai decidir. A aquisição dos caças não é só uma compra, tem que ter transferência de tecnologia, produção nacional. Isso vai ocorrer, tenho certeza disso, agora, exatamente quando, eu não sei”, disse Amorim.
O ministro acrescentou que por se tratar de uma operação com valores elevados, o país precisa estar preparado. “Essa é uma questão da capacidade financeira do país de fazer frente a certos encargos. É uma compra necessária, mas não é barata. Ela tem que ser bem planejada para que os recursos existam. Isso vai gerar obrigações contratuais durante dez anos que terão que ser honrados. Isso vai ocorrer, mas vamos esperar o momento oportuno”.