No outro momento, a defesa também assumiu que o réu atirou contra Nayara Rodrigues, amiga da vítima que também foi feita refém. “Ele se assustou e atirou”, afirmou Ana Lucia. Durante o depoimento, no entanto, Lindemberg deixou em suspense a ação ao dizer que não se lembrava de ter disparado. “Não posso dizer se atirei ou não na Nayara”.
A advogada de Lindemberg pediu três mudanças na tipificação de crime contra o réu. Ana Lucia quer que ele seja condenado por homicídio culposo (quando não há intenção) e não doloso em relação à morte de Eloá; por lesão corporal culposa e não tentativa de homicídio contra Nayara e que ele seja absolvido da acusação de cárcere contra os amigos da vítima: Victor Lopes, Iago Vilela de Oliveira e Nayara.
Além de negar o sequestro, a defesa também reafirmou que não foi Lindemberg que atirou contra o policial que invadiu o apartamento. E voltou mais uma vez a culpar a ação da polícia e a cobertura da mídia como também responsáveis pelo crime. “A imprensa tratou o caso como um reality show policial”. A advogada usou boa parte da 1h30 do debate para defender a própria imagem. Ana Lucia disse que foi humilhada e atacada pela imprensa durante o período de julgamento. “Peço desculpas se me inflamei, mas tudo o que a defesa falou aqui é verdade”, disse.
E finalizou dizendo que Lindemberg sempre amou e ainda ama Eloá, tanto que em três anos de prisão, ele nunca recebeu visita íntimas. “Ele não é um marginal, como alguns que estão em Brasília. É um rapaz calmo, sensato, mas com um perfil impetuoso. Ele é apaixonado pela Eloá até hoje”.