O chefe do Laboratório de Estruturas do IPT, Sérgio Inácio Ferreira, disse que o acionamento do brinquedo foi para que os peritos entendessem o seu mecanismo. Ainda de acordo com Ferreira, o dia de ontem foi dedicado para que os peritos se organizassem, visando à vistoria de todo o parque. Foram reunidos documentos técnicos e manuais das atrações. O parque foi fechado depois da assinatura do TAC para que todos os brinquedos passem por perícia. A interdição deve durar pelo menos 10 dias.
Depois do acidente que matou Gabriela, apenas o La Tour Eiffel havia sido interditado, mas o Ministério Público entendeu que havia possibilidade de risco ao consumidor em outros brinquedos e propôs o fechamento. Uma foto apresentada pela família de Gabriella na quinta-feira, feita momentos antes do acidente, provocou uma mudança no rumo das investigações.
A imagem contestou informações preliminares da perícia, já que mostrou que a garota havia se sentado em uma cadeira diferente da analisada pelos peritos. O assento já não era usado havia 10 anos, porque técnicos do parque identificaram a possibilidade de algum visitante mais alto encostar na estrutura de metal que simula a Torre Eiffel. Por isso, os mecanismos de segurança dele não estavam habilitados.
MÁ-FÉ
Por conta dessa informação e com base em depoimentos de testemunhas, a polícia iniciou a investigação acreditando que Gabriella ocupava outro assento. O delegado não descarta que tenha havido má-fé por parte do parque, que sempre afirmou que ninguém usaria aquela cadeira. Para o advogado do Hopi Hari, não houve omissão de informação. “Em nenhum momento o Hopi Hari enganou, mesmo porque o parque também só soube depois que a garota estava nessa cadeira”, disse Alberto Toron. Agora, a polícia e o Ministério Público investigam como a trava da cadeira foi liberada e de quem foi a responsabilidade por colocar Gabriella no assento.
O TAC determina também que a atração La Tour Eiffel só deve voltar a funcionar quando o assento defeituoso esteja impossibilitado de ser usado. Ainda sobre o assento que Gabriela Nachimura usava quando ocorreu o acidente que a matou, a promotoria solicitou que ele deverá ter um aviso claro sobre a impossibilidade de uso, além de estar totalmente interditado. O Ministério Público ainda pede a indenização dos clientes que comprovarem ter comprado ingresso para o parque durante o período que estiver fechado. Caso alguma das cláusulas do acordo seja descumprida, o parque deverá pagar multa de R$ 95 mil por dia.