Jornal Estado de Minas

Michel Teló diz não ter nada com ação sobre música "Ai se eu te pego"

Famoso em vários países por causa do hit, cantor frisa ser apenas o intérprete e não se envolve em briga por autoria

Maria Clara Prates

O cantor Michel Telô disse que não tem qualquer responsabilidade na ação ordinária que resultou, no bloqueio da arrecadação dos ganhos com a música Ai, se eu te pego, gravada por ele. Para Teló, de acordo com nota oficial, o assunto deve ser tratado apenas pelos autores, apesar de admitir ainda desconhecer a decisão da Justiça da Paraíba. “Você já brincou de telefone sem fio? Então! É exatamente o que está acontecendo. Cheguei hoje (ontem) da Europa morrendo de saudade do Brasil, muito feliz e logo de cara recebi a notícia. Não tenho nada a ver com esta história, sou apenas um intérprete da música. Meus bens não estão bloqueados e tenho todos os direitos legais para interpretar a música. Se existir algum problema isso deve ser resolvido com os autores da música, dos quais tratam os direitos autorais”.
Já a cantora Sharon Acioly, que figura como autora do sucesso, por sua vez, disse ontem que não reconhece as estudantes Marcella Quinho de Ramalho, Maria Eduarda Lucena dos Santos e Amanda Borba Cavalcanti, como coautoras da canção, que se transformou em hit mundial, cantada desde os gramados de futebol até os campos de guerra de Israel, por seus soldados.

Segundo a cantora, que é parte de uma ação ordinária de indenização movida pelas estudantes, três adolescentes já foram reconhecidas como responsáveis pela criação do refrão, cantado durante excursão à Disneylândia. Em razão da demanda judicial, anteontem, o juiz da 3ª Vara Cível de João Pessoa, Miguel de Brito Lyra Filho, determinou, por meio de liminar, a indisponibilidade de todo e qualquer valor arrecadado em função da venda da música. Além de Sharon, responde à ação a Editora Musical Panttanal Ltda, com sede em Vila Planalto (MS), o também compositor Antônio Diggs, a empresa Teló Produções Ltda e o cantor Michel Teló, a Gravadora Som Livre Ltda, com sede no Rio de Janeiro, e a Aplle do Brasil Ltda, sediada na cidade de São Paulo. Ontem as partes ainda não haviam sido notificadas pela Justiça e, mesmo sem conhecer o teor da liminar, Sharon afirmou: “Até onde eu sei, as três paraibanas que conheço dizem que essas outras meninas não estavam na hora que elaboraram o gritinho de guerra da excursão, aos Estados Unidos. Só cantaram junto, como todos da excursão fizeram.” A Justiça determinou que seja apresentada também a cópia do acordo firmado com as estudantes Aline Medeiros Fonseca e Amanda Grasiele Mesquita Teixeira da Cruz, que já foram reconhecidas como coautoras.

RECEITAS

De acordo com a decisão de Lyra Filho, a liminar estabelece que as gravadores Som Livre e Aplle do Brasil informem judicialmente tudo o que foi arrecadado com operações comerciais, nacionais e internacionais, relativas à canção. O prazo para informação à Justiça é de cinco dias, depois da citação, sob pena de multa diária de R$ 50 mil. O escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad) também deverá ser notificado para adotar as mesmas medidas. Para a apresentação do balanço financeiro das receitas e contas pretéritas pela Editora Panttanal, incluindo operações comerciais de cada um dos envolvidos, a Justiça determinou prazo de 60 dias, sempre a partir da notificação.

O grande sucesso de Michel Teló, que já está se preparando para gravar versões do hit Ai se eu te pego em várias línguas, o transformou também em um grande arrecadador de recursos, despertando a atenção não só das estudantes, mas também de sua ex-mulher, a dentista Ana Carolina Lago. Ele pediu, em ação de separação, para conhecer a movimentação financeira do cantor no ano passado. Ana Carolina quer conhecer também o faturamento das empresas de Teló. O casal se separou no fim de 2011, logo depois do sucesso estrondoso. O cantor se casou com Ana há três anos, depois de outros quatro anos de namoro. Na época, o cantor ainda era integrante do grupo sertanejo Tradição.