Jornal Estado de Minas

Corpo de Chico Anysio será cremado hoje

Cremação será no Cemitério do Caju, com a presença da família. Velório do comediante morto aos 80 anos só foi aberto ao público ontem, a partir das 14h


Três mil pessoas puderam se despedir de Chico Anysio, ontem, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, onde o corpo do humorista foi velado antes de seguir para cemitério - Foto: Guto Maia/Brazil Photo Press/Folhapress
Rio de Janeiro – As cinzas do humorista Chico Anysio, que morreu sexta-feira, serão divididas. Uma parte deve ser espalhada em uma floresta atrás do Projac, da Rede Globo, e a outra em Maranguape (CE), cidade natal do humorista. Segundo a assessoria de imprensa da Globo, o comediante havia deixado instruções por escrito. O velório do artista ocorreu ontem, no Theatro Municipal do Rio. Até o meio-dia, a cerimônia foi restrita a familiares e amigos. Às 14h, o funeral foi aberto ao público. Segundo parentes, o corpo do humorista será cremado hoje, no Cemitério do Caju, com a presença apenas da família.
O humorista morreu aos 80 anos, depois de 112 dias internado no Hospital Samaritano, no Rio. Boletim médico informou que o paciente teve parada cardiorrespiratória e a morte ocorreu por conta de falência múltipla dos órgãos decorrente de choque séptico, por infecção pulmonar.

Um dos principais nomes do humor no Brasil, criador de inúmeros personagens e bordões célebres, o cearense Francisco Anysio de Oliveira Paula Filho construiu uma carreira de mais de seis décadas como radialista, escritor e ator de teatro, cinema e televisão. Continuou trabalhando mesmo após o longo período de internação entre dezembro de 2010 e março de 2011, quando retirou parte do intestino grosso, fez uma angioplastia e teve sucessivos problemas cardiorrespiratórios que o deixaram em estado grave – chegou a entrar em coma por três vezes.


Confira a galeria de fotos

Quando teve alta, em abril do ano passado, voltou a gravar o programa semanal Zorra total, da Rede Globo, interpretando Salomé. Chico era casado com a empresária Malga di Paula (seu sexto casamento) e teve oito filhos (um deles adotivo) – Lug de Paula, Nizo Neto, Rico Rondelli, André Lucas, Cícero Chaves, Bruno Mazzeo, Rodrigo e Vitória – com cinco mulheres, entre elas a ex-ministra Zélia Cardoso de Mello, com quem teve seus caçulas. Era irmão da atriz Lupe Gigliotti – morta enquanto ele estava internado, em dezembro de 2011, vítima de câncer de pulmão –, do cineasta Zelito Vianna e do empresário (e parceiro em diversos roteiros para TV) Elano de Paula.

Chico Anysio deu entrada no mesmo hospital em novembro de 2011 devido a uma infecção urinária. Após ser tratado com antibióticos, recebeu alta para passar o Natal com a família, mas voltou a ser internado no dia seguinte com hemorragia digestiva. Depois de alguns dias internado na UTI, Chico apresentou, também, um quadro de pneumonia e passou a respirar com a ajuda de aparelhos em quase todo o período de internação.

Pneumonia No início de janeiro, apresentou leve melhora na infecção pulmonar e os médicos iniciaram o processo de retirada do respirador. Em 14 de janeiro, o estado de Chico piorou e ele foi submetido a uma laparotomia exploradora (cirurgia abdominal para determinar os motivos do sangramento no intestino, retirando um segmento do intestino delgado). No fim de fevereiro, Chico foi diagnosticado com um novo quadro de pneumonia, passou a fazer uso de antibióticos e voltou a respirar com ajuda de aparelhos. Ele permaneceu com o mesmo quadro clínico até meados de março. No dia 21, teve piora no quadro cardiocirculatório, com queda da pressão arterial e falência dos rins.