A polícia de Pernambuco investiga suspeitos de assassinar mulheres, esquartejar os corpos e enterrá-los no quintal de uma casa em Garanhuns, no agreste do estado. O delegado Wesley Fernandes Oliveira ouve nesta quinta-feira supostos integrantes do grupo.
O caso começou a ser desvendado nessa quarta-feira, depois que a polícia encontrou os corpos de Giselly Helena da Silva, de 31 anos, e Alexandra Falcão da Silva, de 20, na casa onde moravam os suspeitos. No local, também estavam um livro e um caderno onde os assassinos descreviam os crimes. Giselly e Alexandra estavam desaparecidas desde fevereiro. Entre as pessoas ouvidas está Bruna Cristina de Oliveira da Silva, de 22 anos, Jorge Negromonte e Isabel Pereira, ambos de 51 anos, que estariam envolvidos com as mortes.
De acordo com o escrivão da 2ª Delegacia, Gleidon Torres, o delegado pretende ouvir ainda uma criança de cinco anos que teria indicado à polícia o local onde os corpos eram enterrados. A menina está sob os cuidados do Conselho Tutelar e só deve falar mediante o acompanhamento de uma equipe de psicólogos. Ela era usada para atrair as vítimas para o local dos crimes com a proposta de emprego de babá.
Enquanto isso, a polícia aguarda ainda o resultado da perícia nos corpos encontrados, que está sendo realizada no Instituto de Medicina Legal (IML) do Recife. Os exames deverão indicar as causas das mortes e ainda comprovar a identidade das vítimas.
De acordo com a polícia, os suspeitos teriam um triângulo amoroso - marido, mulher e amante. Eles podem estar envolvidos em seis mortes ao todo, incluindo atos de canibalismo. Na casa da família, foi encontrado um livro intitulado "Revelações de um esquizofrênico", de autoria do homem, onde ele descreve os crimes e revela que o trio comeu parte dos corpos. Havia ainda desenhos de como as vítimas seriam enterradas.
Uso de cartões de crédito
Segundo a polícia, o trio matou as mulheres e roubou cartões de crédito, que foram usados em compras em lojas da cidade. A primeira vítima desapareceu em 25 de fevereiro. Giselly chegou a comemorar com a família o novo emprego, em que ganharia um salário mínimo e meio. Dias depois, a falta de notícias preocupou os parentes, que desconfiaram de sequestro e procuraram a polícia. Faturas dos cartões começaram a chegar, o que serviu de base para a polícia solicitar imagens do circuito interno de segurança das lojas e identificar os suspeitos. A menina de cinco anos contou à polícia que o pai disse que Giselly era uma pessoa má e, por isso, ia mandá-la para o inferno. Também afirmou que viu o pai cortar a cabeça da mulher. Em 12 de março, Alexandra, a segunda vítima, desapareceu.
Além das duas mortes, a polícia suspeieta de outros dois crimes. As revelações foram feitas na manhã desta quinta-feira ao delegado Wesley Fernandes Oliveira durante os depoimentos dos suspeitos, Jorge Negromonte, Isabel Pereira e Bruna Cristina de Oliveira da Silva. A última, teria revelado hoje sua verdadeira identidade. Até ontem, ela utilizava o nome de Jéssica Camila, que na verdade seria mais uma vítima, assassinada em 2008, em Olinda, na Região Metropolitana do Recife (RMR).
Acredita-se ainda que a criança que morava com a família é filha de Jéssica, que teve o corpo enterrado no quintal da casa onde os assassinos moravam em Olinda e os ossos removidos para um terreno baldio, depois que o trio se mudou para a Paraíba. A criança vivia com os suspeitos desde que tinha 1 ano de idade.
Ainda durante os depoimentos, o trio disse fazer parte de uma seita anti-capitalista que combatia a procriação. Por isso, assassinava apenas mulheres. Eles confirmaram ainda que, além de matar, esquartejar e enterrar as vítimas, comiam a carne dos corpos e faziam com que a criança também se alimentasse dos restos humanos.
A polícia do Rio Grande do Norte investiga a participação dos suspeitos na morte de mais uma mulher no estado.
Confissões de assassinatos
Além dos depoimentos dos suspeitos, o delegado de Garanhuns dispõe de uma prova importante sobre a autoria dos assassinatos. Na casa onde moravam os suspeitos, e onde foram localizados os cadáveres esquartejados e enterrados no quintal, também foram encontrados um livro e um caderno onde os assassinos praticamente fazem uma confissão escrita de próprio punho.
O livro dividido em capítulos, escrito por Jorge Negromonte, detalha o passo a passo dos assassinatos cometidos ao lado da esposa Isabel e da amante Bruna. O material traz ainda desenhos minuciosos com as cenas dos crimes e indícios de que, além dos homicídios, esquartejamento e ocultação dos cadáveres, o trio teria praticado canibalismo. No dia 28 de março, Jorge foi a um cartório registrar o livro e também ofereceu cópias para venda em livrarias da cidade.
O autor relata os crimes como um ritual de purificação, praticado com distância e frieza, e adianta que uma terceira vítima seria sacrificada para dar continuidade ao processo.
Trechos do livro "Relatos de um esquizofrênico":
- Foto: Diario de Pernambuco
Capítulo XXVI “A dividida”
“Vejo aquele corpo no chão, Jéssica desconfia que ainda se encontra com vida, pego uma corda, faço uma forca e coloco no pescoço do corpo, puxo para o banheiro e ligo o chuveiro para todo o sangue escorrer pelo ralo.
Ao olhar para o corpo já sem vida da adolescente do mal, sinto um alívio. Pego uma lamina e começo a retirar toda a sua pele, e logo depois à divido.
Eu, Bel e Jéssica nos alimentamos com a carne do mal, como se fosse um ritual de purificação, e o resto eu enterro no nosso quintal, cada parte em um lugar diferente”.
Capítulo XXIV "O plano macabro de destruir a adolescente maldita"
"Um dia eu aproveitando que a adolescente do mal não estava, combinei com Bel e com Jéssica um modo de destruí-la, e chegamos a uma conclusão: matá-la, dividi-la e enterrá-la. Só que cada parte dela em um lugar diferente. Era uma noite de chuva forte, relâmpagos e trovadas. A criatura do mal estava em um quarto da casa: olho para Bel e para Jéssca com um olhar de que aquela noite seria o momento certo para destruir o mal ′Todo ser humano tem um instinto assassio, e tal instinto é çiberado e situações como esta′. O homem também é o único ser que mata por prazer, mas até o matar por prazer é uma espécie de auto-prorteção do seu eu, provando com isso que ele tem o poder sobre outras vidas".
Capítulo XXVI “A dividida”
“Vejo aquele corpo no chão, Jéssica desconfia que ainda se encontra com vida, pego uma corda, faço uma forca e coloco no pescoço do corpo, puxo para o banheiro e ligo o chuveiro para todo o sangue escorrer pelo ralo.
Ao olhar para o corpo já sem vida da adolescente do mal, sinto um alívio. Pego uma lamina e começo a retirar toda a sua pele, e logo depois à divido.
Eu, Bel e Jéssica nos alimentamos com a carne do mal, como se fosse um ritual de purificação, e o resto eu enterro no nosso quintal, cada parte em um lugar diferente”.
Capítulo XXIV "O plano macabro de destruir a adolescente maldita"
"Um dia eu aproveitando que a adolescente do mal não estava, combinei com Bel e com Jéssica um modo de destruí-la, e chegamos a uma conclusão: matá-la, dividi-la e enterrá-la. Só que cada parte dela em um lugar diferente. Era uma noite de chuva forte, relâmpagos e trovadas. A criatura do mal estava em um quarto da casa: olho para Bel e para Jéssca com um olhar de que aquela noite seria o momento certo para destruir o mal ′Todo ser humano tem um instinto assassio, e tal instinto é çiberado e situações como esta′. O homem também é o único ser que mata por prazer, mas até o matar por prazer é uma espécie de auto-prorteção do seu eu, provando com isso que ele tem o poder sobre outras vidas".