Em Mato Grosso do Sul, um grupo de quase 600 homens e mulheres ligado ao MST continua ocupando uma área próxima à sede da Fazenda Boa Esperança, situada em Bataypoorã, na divisa com o Estado de São Paulo. Eles invadiram o imóvel no sábado e não têm data marcada para a desocupação.
Segundo os líderes dos manifestantes, o tempo de permanência no local vai depender das negociações sobre as reivindicações que serão entregues nesta segunda-feira ao superintendente regional do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), Celso Cestari Pinheiro. Eles adiantaram que uma das exigências é a retomada da implantação de novos assentamentos no Estado, processo paralisado desde agosto de 2010.
Naquela ocasião, foi constatada uma série de irregularidades no Projeto de Assentamento da Fazenda Santo Antônio, no município de Itaquiraí, extremo leste do MS, motivando a intervenção do Ministério Público Federal. Foi solicitada para a Justiça Federal a suspensão da instalação de novos assentamentos para sem-terra, até que as irregularidades na região fossem solucionadas. O pedido foi deferido.
O cumprimento da ordem judicial poderá levar "muito tempo", explica Pinheiro. "São casos que exigem pedido de despejo de ocupantes irregulares dos lotes do Incra. Cada infrator tem plena liberdade de esgotar os recursos para a defesa. São cerca de 30 mil lotes nos 178 assentamentos do Incra no MS".