Os três assumiram os crimes e disseram ter consumido porções da carne e da pele das vítimas como forma de purificação. Alexandra e Giselly foram atraídas pelo trio com oferta de emprego doméstico e bom salário. A polícia acredita que pelo menos oito vítimas tenham sido mortas pelo trio.
Os dois corpos foram liberados pelo Instituto Médio Legal (IML), no Recife, por volta das 10h30. Antes se seguir para o enterro em Arcoverde, o corpo de Giselly foi velado na igreja evangélica Assembleia de Deus, em Garanhuns, que ela frequentava há cerca de um ano, de acordo com o presbítero Dário Florêncio de Oliveira. "Estamos todos chocados", afirmou.
De acordo com a polícia, os suspeitos disseram que retiravam partes das coxas, nádegas, panturrilha e fígado e acondicionavam na geladeira. A carne retirada de cada corpo era suficiente para o consumo de três a cinco dias. Isabel também afirmou, no depoimento à polícia, que duas vezes, por falta de carne animal, usou a carne das vítimas para rechear empadas, que comercializava na cidade.
A seita Cartel, seguida pelos suspeitos, é anticapitalista e contra o crescimento populacional, disseram eles à polícia. Por isso, suas vítimas são mulheres. Cada assassinato era tido como uma missão. A meta, de acordo com relato de Jorge Beltrão, era para realizar três "missões" por ano, informou o agente investigador José Júnior da Silva.
O caso veio a público depois que parentes de Giselly Helena da Silva denunciaram seu desaparecimento. Os suspeitos foram localizados pela polícia porque usaram o cartão de crédito da vítima em lojas de Garanhuns e foram rastreados.
Uma menina de 5 anos morava com eles. A polícia diz que ela é filha de Jéssica Camila Pereira, morta por eles em 2008, em Olinda, quando tinha 17 anos.
A polícia também recolheu um vídeo em que mostra Isabel Cristina da Silva descrevendo como assassinava as mulheres e o preparo de salgadinhos de carne humana. Isabel revela que eles comeram 10 quilos de carne humana entre três e cinco dias.
INDIGNAÇÃO
Extremamente abalada, Selma Maria Falcão, a mãe de Alexandra, era o retrato da indignação. Presente no velório, em Palmeirinha, Selma passou mal e deixou o local. Ela voltou apenas para o enterro, que ocorreu por volta das 15h. Durante todo o dia, Selma recebia o apoio de amigos e parentes. Os três filhos da vítima não estiveram presentes nem ao funeral nem ao enterro.