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Estado de Minas

Suspeito de canibalismo já foi absolvido de homicídio em 2010

Trio acusado pode ter matado mais cinco mulheres, totalizando oito mortes. Família de homem se diz chocada com as últimas notícias


postado em 17/04/2012 16:23 / atualizado em 17/04/2012 16:37

A polícia de Pernambuco trabalha com a possibilidade de o trio acusado de três homicídios e prática de canibalismo no Estado, ter cometido mais cinco assassinatos. O diretor de operações da Polícia Civil, Osvaldo Morais, afirmou que além das duas mulheres mortas em Garanhuns, no agreste, e de outra no município metropolitano de Olinda, outras cinco mortes estão sendo investigadas - quatro em Pernambuco e uma na Paraíba.

Se confirmadas, o trio - formado pelo faixa preta de caratê Jorge Beltrão Negromonte Silveira, 50 anos, sua mulher Isabel Cristina Pires Silveira, 50, e sua amante Bruna Cristina Oliveira da Silva, 25 - responderá por oito homicídios. Seguidores de uma seita chamada "Cartel", anticapitalista e contra o crescimento populacional, eles comiam pedaços das carnes dos corpos das vítimas como forma de "purificação da alma".

"Temos os prenomes destas possíveis vítimas, todas mulheres, e estamos investigando", afirmou Morais, nesta terça, ao confirmar que cinco delegados estão trabalhando no caso, a fim de dar mais agilidade às investigações dos crimes que chocaram o Estado. O delegado do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Joselito Amaral, assumiu a coordenação do caso, e conta com o trabalho do delegado de Garanhuns, Wesley Fernandes, de Olinda, Paulo Berenguer, do delegado regional Marcos Omena e de um delegado do setor de inteligência, cujo nome não foi divulgado.

Acusação


Jorge Beltrão já foi acusado de matar a tiros um homem, em Olinda, em 1994, mas foi absolvido em 2010 a pedido do Ministério Público estadual por falta de provas. Ele e as duas mulheres confessaram ter assassinado, esquartejado e depois enterrado os corpos de Alexandra Falcão da Silva, 20 anos, e Giselly Helena da Silva, 31, no quintal da sua casa, em Garanhuns. Eles afirmaram em depoimento à polícia que retiravam parte das coxas, nádegas, panturrilha e fígado das vítimas e as acondicionavam na geladeira. Isabel Cristina Pires, que vendia salgadinhos nas ruas da cidade, disse ter usado algumas vezes carne das vítimas para rechear empadinhas.

A polícia ainda não localizou o corpo de Jéssica Camila da Silva Pereira, que de acordo com o delegado Wesley Fernandes, foi morta pelo trio em 2008. Jéssica tinha uma filha, hoje com cinco anos, que passou a ser criada por eles. Para evitar suspeitas, Bruna assumiu a identidade de Jéssica e se apresentava como mãe da menina, que também teria consumido carne humana e está sob os cuidados do Conselho Tutelar. Depois da divulgação da história, parentes de Jéssica se apresentaram à polícia e tiveram sangue coletado para exame de DNA a fim de comprovar o parentesco com a criança. O exame ainda está sendo realizado.

Jorge, Isabel e Bruna estão em presídios não divulgados pela polícia, visando a garantir sua integridade física. A casa onde eles viviam foi saqueada e incendiada por vizinhos revoltados ao tomarem conhecimento dos crimes, semana passada.

Irmãos do acusado, Emanuel e Jeová Beltrão deram entrevista ao Programa Plantão 190, da TV Jornal, local, nesta segunda, para dizer que a família está chocada. Mesmo sem desconfiar de que o irmão era assassino, eles afirmaram que o comportamento de Jorge era violento e que ele foi protagonista de vários golpes - um deles, o furto de R$ 80 mil de uma poupança da mãe. A família teria rompido com ele depois que ele levou a amante para morar com ele e sua mulher.


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