Jornal Estado de Minas

Nacional

Três réus do caso Celso Daniel são julgados

Outros dois acusados remarcaram a defesa para 16 de agosto

Fernanda NazarĂ© AgĂȘncia Estado
Três acusados do assassinato do ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel, estão sendo julgados, nesta quinta-feira, no Fórum de Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo. De acordo com a assessoria de imprensa da casa, se houver réplica e tréplica na argumentação das defesas de José Edson da Silva, Rodolfo Rodrigo dos Santos Oliveira e Ivan Rodrigues da Silva, o julgamento poderá se estender até às 2h. O julgamento começou às 11h, foi interrompido na hora do almoço e retomado pouco depois das 14h30.
Outros dois réus também iriam apresentar suas defesas, mas os advogados de Itamar Messias da Silva e Elcyd Oliveira Brito, abandonaram o júri alegando disparidade entre acusação e defesa porque teriam apenas meia hora para defender seus clientes. O julgamento deles foi remarcado para 16 de agosto.

Por enquanto, os três réus, que estão em julgamento, negaram conhecer o ex-segurança Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, acusado de ser o mandante do crime. Eles também afirmaram nunca ter tido contato com Dionísio de Aquino Severo, apontado como líder do bando que sequestrou o ex-prefeito de Santo André.

Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, é também réu no processo e responde em liberdade, beneficiado por um habeas corpus. Sombra, no entanto, não estará no julgamento de quinta-feira, já que o seu processo foi desvinculado dos demais. Ele entrou com recurso no Tribunal de Justiça para não responder por participação no crime, mas a sentença de pronúncia foi confirmada pelos desembargadores. O juiz aguarda apenas o retorno do processo ao tribunal para marcar a data de seu julgamento.

O promotor do caso, Márcio Augusto Friggi de Carvalho, afirmou para a imprensa que o Ministério Público do Estado de São Paulo reafirmará a sua versão de que a morte do prefeito foi um crime encomendado e com motivação política. Ao final de sua argumentação, na tarde desta quinta-feira, Carvalho pediu que jurados se coloquem no lugar da família de Celso Daniel para julgarem os acusados da morte do ex-prefeito.


O CASO CELSO DANIEL

Passados dez anos do crime, Marcos Roberto Bispo dos Santos foi o único condenado até agora. Em novembro de 2010, Santos foi sentenciado a 18 anos de prisão.

Celso Daniel foi sequestrado no dia 18 de janeiro de 2002, quando saía de um jantar com amigo Sombra, que não foi levado pelos bandidos. O prefeito ficou em um cativeiro, em Juquitiba, próximo à Rodovia Régis Bittencourt, que liga São Paulo ao Sul do país, mas dois dias depois foi executado a tiros.

Em abril do mesmo ano, a Delegacia da Divisão de Homicídios do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) concluiu o inquérito. De acordo com a investigação, Celso Daniel foi sequestrado por engano, pois o alvo do sequestro seria outra pessoa. Mas, ao perceber o erro, o chefe da quadrilha ordenou a sua libertação. No entanto, um integrante do grupo teria entendido a ordem de forma equivocada e mandou um menor matar o prefeito.

Para o Ministério Público Estadual, que pediu a reabertura do inquérito, a morte teve outra motivação. Os seis acusados foram contratados por Sombra para matar Celso Daniel . De acordo com o órgão, o empresário integrava um esquema de corrupção na prefeitura de Santo André, e que foi descoberto pelo prefeito.