Jornal Estado de Minas

Justiça condena três réus pelo assassinato do prefeito Celso Daniel

Outras quatro pessoas são acusadas de participação no crime e permanecem em liberdade

Os reús Ivan Rodrigues da Silva, Rodolfo Rodrigo dos Santos Oliveira e José Edison da Silva foram condenados, no fim da noite desta quinta-feira, pelo assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel (PT), em 2002. A maior pena estabelecida foi a de Ivan, condenado a 24 anos de reclusão. José Edson recebeu pena de 20 anos e prisão e Rodolfo, de 18 anos.


Os três foram denunciados formalmente pelo Ministério Público por homicídio duplamente qualificado. A polícia concluiu que o prefeito foi vítima de "crime comum". Entretanto, o MP sustentou a tese do "crime político". Isso porque Celso Daniel havia sido sequestrado e morto porque teria decidido denunciar um esquema de corrupção que ocorria na prefeitura, supostamente para abastecer a caixa 2 de campanhas eleitorais do PT.

O julgamento teve início às 11 horas no Fórum de Itapecerica da Serra (SP). Ao proferir a sentença, o juiz Antonio Augusto Galvão de França Hristov afirmou que não cabia a ele definir se o crime fora cometido por motivos políticos ou não e que não entraria nesse mérito. "Seria até antiético da minha parte deliberar a respeito disso. Ao juiz cabe apenas calcular a pena", afirmou.

Em sua defesa, os três réus disseram ter sido torturados por policiais e também citaram o nome do ex-deputado Luiz Eduardo Greenhalgh, advogado do PT, que os teria ameaçado.

Para o MP, o mentor e mandante do assassinato teria sido o empresário Sérgio Gomes, o Sombra, que nega envolvimento e está em liberdade. Em 2010, o primeiro acusado levado a júri, Marcos Roberto Bispo, usou da mesma estratégia ao atribuir maus-tratos a Greenhalgh. Os jurados condenaram Bispo a 18 anos de prisão.

Com informações da Agência Estado