Enquanto o poder público decide, o uso das bikes elétricas só cresce. Gerente de uma rede que vende o veículo, Henrique Sales afirma que o mercado teve um crescimento de 500% desde o ano passado e que, atualmente, vende entre 60 e 70 unidades por mês em São Paulo. “Em nossas lojas, temos na grande maioria pessoas com idade entre 30 e 45 anos que veem no motor elétrico uma solução para se locomover até o trabalho sem suar.”
O diretor de Marketing Flávio Carrera, de 34 anos, vendeu o carro e comprou uma bike elétrica em julho do ano passado. “Não tinha mais paciência para ficar no trânsito. Precisava de uma alternativa mais rápida e prática. O custo para manter o carro é muito alto.” Hoje, ele circula cerca de 60 quilômetros por semana de casa para o trabalho com gasto praticamente zero.
Moradora dos Jardins, a relações públicas Carolina Althaler, de 24 anos, adotou esse tipo de bicicleta para ir para o trabalho diariamente. Ela diz que chama a atenção das pessoas quando se desloca pelas ruas com a bike. “Pelo menos umas dez pessoas por dia vêm falar comigo para saber o que é, porque é diferente.”
Fim da polêmica
O comando da Operação Lei Seca do Rio decidiu nesta quinta que seguirá a regulamentação da prefeitura de não multar. A decisão contraria o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). Para o presidente da Comissão de Direito Viário da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB -SP), Maurício Jannuzi, o decreto municipal é inconstitucional. “O município não pode legislar sobre trânsito.”