A Marcha das Vadias objetiva chamar a atenção da sociedade de que a culpa da violência e do abuso sexual não é da vítima. “É do abusador e do estuprador”, salientou Daniela. “Quando a sociedade fica julgando a vítima, procurando algum motivo para dizer que ela mereceu (a violência), está tirando a culpa do estuprador, do abusador, e jogando em cima da vítima”, acrescentou.
A primeira Marcha das Vadias ocorreu em Toronto, no Canadá, no ano passado, organizada por estudantes da universidade local, a partir da declaração de um policial que afirmou, em palestra no local, que o fato de as mulheres se vestirem como “vadias” poderia estimular o estupro.
Daniela Montper salientou que o evento vai levantar outras bandeiras. Um desses temas é a suspensão da Medida Provisória 557, de dezembro do ano passado, que instituiu o Sistema Nacional de Cadastro, Vigilância e Acompanhamento da Gestante e Puérpera (mulher que deu à luz recentemente) para Prevenção da Mortalidade Materna, no âmbito do SUS.
As organizadoras da Marcha das Vadias consideram que a MP 557 “é discriminatória e ofensiva e tem caráter de criminalizar as mulheres que optarem por não continuar com a gestação, além de controlar essas mulheres”.
Como a marcha possui um público grande de profissionais do sexo, Daniela informou que o evento vai defender também a regulamentação da profissão.
“Ela tem CBO