O advogado Luiz Flávio D'Urso disse nessa quarta-feira que a família não tem dúvida de que o executivo Marcos Kitano Matsunaga, de 42 anos, é o pai da filha de Elize Araújo Kitano Matsunaga, de 30. Elize matou e esquartejou o marido em maio. A filha do casal, de 1 ano poder herdar R$ 218 milhões.
Segundo D'Urso, não é a família que pretende pedir o exame de DNA, algo que faria parte de um "conjunto de apuração no âmbito criminal". "A filha é o que os une, portanto (o exame) é mais uma prova a ser realizada. Nada que possa trazer um fato diferenciado de suspeita, nada disso. Tanto é que a posição da família é de que ela é neta e eles vão dar assistência, não têm nenhuma desconfiança em relação a isso."
Defesa
Advogado de Elize, Luciano Santoro disse que a cliente tem total convicção de que a menina é filha de Matsunaga. "Não há por que o Ministério Público requerer o exame de DNA. Marcos registrou a menina, sabia que era o pai, todos em volta também sabiam. É lamentável que esse fato tenha sido divulgado à imprensa", disse. "Não é uma questão que influencie o crime. É uma injustiça com a criança."
Dinheiro
Por trás de supostas desconfianças, mesmo que por "prudência", há uma fortuna que pode ser de até R$ 218 milhões, caso o R$ 1 75 bilhão da venda da Yoki, divulgada durante o desaparecimento de Matsunaga, seja distribuído igualmente entre todos os herdeiros.
Mas o advogado da família negou que exista qualquer interesse econômico em discussão neste momento. "Não tem motivação financeira, porque o negócio não se efetivou ainda, deve demorar uns dois ou três meses, segundo informações, para ser concluído" disse D'Urso.
Se não há dúvida em relação à paternidade, é sobre a guarda da menina que deve se desenrolar um novo capítulo do caso. Por enquanto, os dois advogados dizem que isso não está em discussão. O tutor terá também o direito de administrar o que a criança receber como herança, até que ela complete 18 anos.
"Quem tiver a guarda ganha o poder de gerir esse patrimônio. Vai ter de prestar conta para o juiz e para o restante da família. A guarda vai ser difícil de se definir", afirmou o especialista em Direito de Sucessão e Família, Alexandre Nassar Lopes.
Ontem, em entrevista à TV Bandeirantes, uma ex-funcionária do casal, que era responsável pela arrumação do apartamento e presenciou várias brigas, disse que foi demitida por Elize três dias depois do crime. Ela ainda não foi ouvida pela polícia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo