Caso a Justiça conceda autorização do congelamento, Lígia encaminhará o corpo para os Estados Unidos, onde uma empresa ficará responsável pela criogenia. “Segundo o diretor da empresa americana, a previsão é que em 50 anos a ciência evolua e possa ressuscitar pessoas que foram congeladas. E eu também quero ser congelada quando eu morrer”, contou Lígia.
Pelo serviço da conservação do corpo no Rio, Lígia tem desembolsado quase R$ 900 por dia, cerca de R$ 27 mil por mês. Além disso, já pagou U$ 28 mil para a empresa norte-americana. Para quitar as dívidas, Lígia, que mora em Copacabana, pretende fazer um empréstimo bancário. “O processo de congelamento não é caro, é um único valor (U$ 28 mil) e já paguei por ele. O problema é a manutenção do cadáver resfriado aqui no Rio. Mas enquanto o processo acontecer, não tem jeito”, disse.
IRMÃS Lígia é filha do segundo casamento de Luiz Felippe e morava com ele no Rio. Duas meias-irmãs, que moram no Rio Grande do Sul, são contrárias à ideia da criogenia e entraram na Justiça. Segundo o advogado Rodrigo Marinho Crespo, as filhas do primeiro casamento de Luiz Felippe querem o sepultamento do pai no jazigo da família em Canoas (RS). Quarta-feira, a 20ª Câmara Cível bateu o martelo em favor de Lígia. Crespo, no entanto, diz que vai recorrer da decisão. “Eu sinto que são quatro meses de desrespeito. Ele era uma pessoa que prezava os rituais. Em momento algum nos disse que gostaria de ser congelado. Acredito que uma palhaçada dessa natureza nunca sairia da cabeça dele”, disse a professora Carmen Trois, de 51, uma das filhas do primeiro casamento do engenheiro da FAB.