Dois ônibus foram incendiados na noite de ontem, segunda-feira, 25, e madrugada desta terça-feira, 26, em Sapopemba, na zona leste de São Paulo, e no Sacomã, na zona sul. As ações dos criminosos acontecem no momento em que as polícias do Estado de São Paulo estão em alerta em razão de uma série de execuções de policiais militares e ataques a bases da PM, ocorridos neste mês. Em Guarulhos, na Grande São Paulo, um homem foragido da Justiça foi preso a cerca de 50 metros de uma base da PM, sob suspeita de passar informações para criminosos sobre a movimentação na Companhia da Polícia Militar (PM).
Na Rua Professor João Semeraro, em uma praça próxima à favela do Parque Bristol, quatro homens atearam fogo a um ônibus da empresa Via Sul. O motorista, José Jurandir dos Santos, de 31 anos, contou que estava parado com o coletivo esperando o horário marcado para a próxima viagem. Ele e o cobrador José Sobral da Silva, de 57 anos, foram então surpreendidos pelos criminosos, que os mandaram descer. "Na hora tentei puxar minha bolsa. Um dos homens não gostou e falou 'vou atirar nesse cara'. Corri então sem pegar nada", relatou Santos. Ele disse que um bandido usou um maçarico para atear fogo. A bolsa em que estava a chave e documento do carro particular do motorista foram consumidos pelas chamas.
Suposto olheiro
O detento Fernando Júnior da Silva, de 27 anos, que afirmou à PM ser integrante do Primeiro Comando da Capital (PCC) e que não retornou para a cadeia após gozar do benefício da saída temporária de Páscoa, foi recapturado, por volta das 15 horas de segunda-feira, a cerca de 50 metros da base da 1ª Companhia do 15º Batalhão da PM, na esquina da Rua Silvio Barbosa com a Rua Guaporé, no bairro Mikail, em Guarulhos, na Grande São Paulo.
Ao passar a pé em frente à base e permanecer no entorno observando muito o movimento dentro dela, Silva despertou suspeitas nos policiais e foi abordado. Com tatuagens pelo corpo típicas de integrantes da facção, o criminoso, que cumpria pena na Penitenciária de Itirapina, região central do Estado, a 215 quilômetros da capital, saiu da unidade prisional após receber a liberdade temporária de Páscoa, no dia 5 de abril, mas não retornou para a cadeia, o que deveria ter ocorrido no dia 9. Segundo os policiais, ele seria um "olheiro", auxiliando os comparsas nos planos de ataque à bases policiais. Desarmado, Silva foi encaminhado para a Cadeia Pública anexa ao 1º Distrito Policial de Guarulhos, no centro.