A Polícia Federal prendeu nesta quinta-feira, por mandado de prisão ou em flagrante, 32 pessoas na deflagração da Operação DirtyNet. A operação, realizada com apoio do Ministério Público Federal e da Interpol, teve por objetivo desarticular uma quadrilha que compartilhava material de pornografia infantil na internet. As prisões ocorreram nos estados do Rio Grande do Sul (5), Paraná (3), São Paulo (9), Rio de Janeiro (5), Espírito Santo (1), Ceará (1), Minas Gerais (5), Bahia (1) e Maranhão (2). Uma pessoa segue foragida.
As informações repassadas pela Polícia Federal a autoridades estrangeiras resultaram, na data de hoje, em ações de combate à divulgação de pornografia infantil no Reino Unido e na Bósnia e Herzegovina.
De acordo com a Polícia Federal, o nome da operação DirtyNet (Rede Suja em inglês) deve-se ao teor "repugnante" do objeto de investigação. Os suspeitos, valendo-se da suposta condição de anonimato na rede, trocavam milhares de arquivos contendo cenas degradantes de adolescentes, crianças e até bebês em contexto de abuso sexual.
A próxima fase da operação é a identificação das vítimas e dos crimes. O material passará pela perícia para comprovar o indício de produção de imagens, ou seja, de abuso e estupro de vulnerável. Em apenas um dos mandados de busca cumpridos em Porto Alegre apreendeu-se uma coleção de 5.700 fotos e diversos vídeos.
Em Uberaba, no Triângulo Mineiro, um funcionário público e um caminhoneiro acabaram detidos com materiais pornográficos. As prisões aconteceram nos Bairros Guanabara e Gameleira. Com eles foram recolhidos dois HDs, três notebooks, cinco pen drives e duas máquinas fotográficas. A polícia tenta agora apurar quem tirava as fotos. “Para serem distribuídas para a rede, em um dado momento elas foram capturadas. Eles negam que tenham tirado as fotos e que disseram que não houve contatos carnais com essas crianças”, afirmou o delegado da Polícia Federal de Uberaba, Carlos Henrique Cotta D'ângelo.
No entanto, a polícia acredita que possa ter havido uma relação com as pessoas encontradas nas fotos. “Na casa de um deles, havia guloseimas, brinquedos infantis. Ele não soube justificar o que os materiais faziam lá. Isso agora vai ser investigado e aprofundado”, explicou o delegado.
Em Ouro Fino, na Região Sul de Minas Gerais, um servidor público foi preso. Agentes foram até a casa do suspeito, que mora com a mãe, e encontraram um desktop, um HD, pen drive e um caderno com anotações de cunho pornográfico. O homem, que não teve o nome divulgado, teria assumido ser o dono do material.
Dois mandados de busca e apreensão foram cumpridos pela Polícia Federal de Divinópolis em Bambuí, na Região Centro-Oeste de Minas Gerais. Em um dos locais, os policiais encontraram fotografias e vídeos com pornografia infantil. Um rapaz de 23 anos, identificado como A.M.C., foi apontado como o responsável pelo material apreendido. Ele não estava em casa no momento da apreensão e ainda não foi encontrado.
As outras prisões aconteceram em Pedro Leopoldo, Abaeté, Itabira, Carbonita e Itajubá. Os cinco presos podem ser condenados a até 10 anos de prisão.