Jornal Estado de Minas

Nacional

Após quase dois anos, Exército deixa os complexos da Penha e do Alemão

Efetivo de 500 homens da Polícia Militar assumiram a segurança das duas áreas

Agência Brasil
Morro do Alemão, região Norte do Rio de Janeiro-RJ - Foto: VANDERLEI ALMEIDA Com um efetivo de 500 homens, a Polícia Militar do Rio de Janeiro assumiu nesta quinta-feira as últimas áreas dos complexos da Penha e do Alemão, zona norte da cidade, que desde novembro de 2010 estavam sob controle da Força de Pacificação do Exército. Embora já tivessem deixado outras áreas dos dois complexos de favelas, as tropas do Exército ainda patrulhavam as comunidades da Vila Cruzeiro e Parque Proletário. Desde o início da madrugada, a movimentação no local era grande devido à presença de soldados da cavalaria da Força de Pacificação e veículos blindados que deram garantia de segurança durante a passagem de comando. A mudança foi tranqüila e nenhum tiro foi ouvido. A partir das 5h da manhã, os policiais dos batalhões de Operações Especiais, de Polícia de Choque, de Operação com Cães e do Grupamento Aeromarítimo da PM entraram nas duas favelas e ocuparam ruas e vielas, fazendo um trabalho de busca a armas e drogas. Os militares também tentaram cumprir 15 mandados de prisão. Um homem de 40 anos com prisão decretada foi preso na ação. Durante a operação, o relações públicas da PM, coronel Frederico Caldas, destacou a importância da Força de Pacificação do Exército para o processo de implementação das unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) na região. %u201CA ação mais importante desta substituição decorre da integração entre o Exército e a PM. O Exército repassou informações importantes para a gente, especialmente na tentativa de identificar os esconderijos de drogas e armas%u201D, afirmou. Sobre a prisão dos policiais da UPP da Mangueira, denunciados por suposta extorsão a um traficante local, Frederico Caldas disse que os militares serão investigados e, se comprovada a denúncia, os militares serão punidos. Para ele, os desvios de condutas de alguns policiais das unidades pacificadoras não abalam a imagem das UPPs junto à sociedade. %u201CAs respostas que a Polícia Militar vem dando em situações semelhantes é de absoluta intolerância. Hoje, as pesquisas apontam que todas as comunidades querem ter UPP%u201D, ressaltou. Mesmo com a aparente tranqüilidade, alguns moradores olhavam os militares de forma desconfiada. Além disso, a maioria ainda adota a lei do silêncio e evita falar e opinar sobre a pacificação nos dois complexos de favelas. A Polícia Militar aproveitou a operação para colocar em teste dois novos blindados que a secretaria estadual de Segurança pretende comprar para uso do Bope. São veículos mais leves e com mais mobilidade dentro dos becos e vias estreitas das favelas. Apelidado pelos policiais de Caveirinha, o modelo é utilizado pelo Exército israelense.