“As pessoas que têm menos rendimento acabam tendo menos acesso aos facilitadores, capazes de tornar a deficiência inexistente ou mais leve”, afirmou.
Os níveis de rendimento mais baixos e as condições de vida menos favoráveis também foram apontados pela coordenadora do IBGE como explicação para o fato de a Região Nordeste concentrar os municípios com os maiores percentuais de população com pelo menos uma das deficiências investigadas. Apenas no Rio Grande do Norte, 12% de seus municípios tinham mais de 35% de sua população nessa situação.
Andréa Borges destacou, no entanto, que também foram encontrados municípios com percentuais elevados no Sul e no Sudeste, mas por um motivo diferente. Nesses casos, a perda das capacidades auditiva, motora ou visual pode ser atribuída ao envelhecimento da população. De acordo com o levantamento, considerando todo o país, quase sete em cada dez idosos (pessoas com 65 anos de idade ou mais) declararam ter alguma deficiência. Na outras faixas etárias, a proporção de pessoas com deficiência é bem menor: 7,5% na faixa até 14 anos e 24,9% na que vai de 15 a 64 anos.
Segundo o documento, a população feminina com alguma deficiência apresentou percentuais superiores para qualquer cor ou raça declarada, sendo que a maior diferença foi encontrada entre as mulheres (30,9%) e os homens (23,5%) de cor preta: 7,3 pontos percentuais. Por outro lado, entre os indígenas, foi observada a menor diferença percentual entre homens (18,4%) e mulheres (21,8%)