O diretor do TI Rio, responsável pelo projeto de reciclagem de material eletrônico, Luiz Burstyn, informou esta semana à Agência Brasil que a entidade está divulgando a parceria às empresas. “A gente aguarda que a iniciativa dê resultado”, destacou.
Disse que o sindicato alertou para essa necessidade, e vem tentando solucionar o problema, há alguns anos, antes da aprovação da Lei 12.305, de agosto de 2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos.
Burstyn reconheceu que esse é um processo complicado. “Você tem que buscar alguma forma de garantir rentabilidade para quem faz as coisas , porque o processo, para estabilizar, tem que ser rentável, além de sustentável.”
As duas cooperativas já têm contatos para venda posterior do lixo recolhido nas empresas. Luiz Burstyn esclareceu que isso engloba todo tipo de material eletrônico, como computadores, monitores, impressoras, entre outros. As peças mais valiosas, que trazem mais renda para os catadores, são as placas. As cooperativas recolhem os resíduos, fazem o desmonte e vendem esse material para indústrias, por quilo. Muitas dessas placas são enviadas depois para fundição à Bélgica ou à China, onde são decompostas em materiais nobres, como ouro e prata, por exemplo.
O diretor do sindicato salientou que existe também a possibilidade de doação de computadores ainda em bom estado de funcionamento para instituições carentes, para reaproveitamento. “Um material desse tipo pode ter utilidade para terceiros”, lembrou. “Então, a gente está estimulando que os computadores que estão guardados sem uso sejam doados.”
Durante o mês de maio – antes da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio%2b20, encerrada no último dia 22, no Rio de Janeiro –, o sindicato fez uma pesquisa sobre os efeitos do lixo eletrônico para o meio ambiente e concluiu que é preciso mais responsabilidade de toda a sociedade nesse processo.
De acordo com relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), divulgado em 2010, o Brasil ocupa a liderança entre as nações emergentes na geração de lixo eletrônico per capita, anualmente. O relatório aponta que o lixo eletrônico descartado por pessoa, no Brasil, equivale a 0,5 quilo por ano.